As polícias Civil e Militar, além de órgãos municipais, estiveram na clínica alvo de denúncias anônimas e constataram as irregularidades -  (crédito: PCMG/Divulgação)

As polícias Civil e Militar, além de órgãos municipais, estiveram na clínica alvo de denúncias anônimas e constataram as irregularidades

crédito: PCMG/Divulgação

Uma clínica de reabilitação clandestina foi interditada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) na terça-feira (17/9) em Taiobeiras, no Norte do estado, após 60 internos — entre dependentes químicos e pessoas com deficiência física e mental — serem expostos a condições degradantes. Alguns dos atendidos no estabelecimento foram encontrados com sinais de agressões, informou a instituição policial nesta quarta-feira (18/9).

 

 

Sete pessoas, com idades entre 34 e 48 anos, incluindo proprietários e funcionários, foram presas durante a operação, que contou com o apoio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Funcionários da Vigilância Sanitária e das secretarias de Saúde e Assistência Social também acompanharam os trabalhos. As autoridades chegaram ao local após receber denúncias anônimas relatando maus-tratos no estabelecimento, situado na comunidade de Lagoa Grande, área rural do município.

 

 

Os policiais não foram atendidos quando solicitaram a abertura do portão e, por isso, tiveram que escalar um muro com cerca de arame. Ao fazer a checagem do ambiente, as autoridades constataram que os internos viviam em situação precária.

 

Segundo a Polícia Civil, as vítimas relataram que estavam passando fome e eram impedidas de deixar o local. Elas disseram ainda que sofriam ameaças, com o objetivo de deixá-las com medo e evitar que as agressões fossem denunciadas aos familiares. As famílias pagavam mensalmente entre R$ 1,2 mil e R$ 1,4 mil pelas internações, informou a PCMG. Em caso de quebra de contrato, a multa era de R$ 3 mil.

 


“Um dos internos contou que foi agredido pelo grupo de apoio ao paciente no mesmo dia em que chegou ao local. A agressão resultou em dores no corpo e hematomas. Por isso, conforme explicou, teria ficado 20 dias sem ter contato com os familiares para que eles não percebessem as agressões. O paciente relatou também a existência de um ‘quarto do pensamento’, onde ficavam presos”, detalha a PCMG, acrescentando que 40 internos dormiam em um quarto e 20 em outro cômodo.

 

Na clínica, havia ainda uma ala feminina, onde as mulheres eram mantidas separadas. “Elas contaram que também eram agredidas, dopadas com medicações e sofriam maus-tratos. Além disso, afirmaram que ninguém poderia sair do local e, caso tentassem, eram punidas com tapas, chutes, socos e pauladas”, completa a instituição policial.

 

Os presos foram conduzidos ao sistema prisional, onde permanecem à disposição da Justiça. Além do crime de maus-tratos, eles poderão responder por cárcere privado.

 

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Os internos ficaram sob a responsabilidade dos órgãos municipais até serem entregues aos respectivos familiares.