Árvore cor de rosa chama atenção nas ruas de BH  -  (crédito: Gladystone Rodrigues/EM/D.A.Press)

Árvore cor de rosa chama atenção nas ruas de BH

crédito: Gladystone Rodrigues/EM/D.A.Press

Quem tem passado recentemente pela Avenida Afonso Pena, uma das principais vias de trânsito de Belo Horizonte, deve ter reparado em umas árvores cor-de-rosa que ornam o canteiro central entre as avenidas Brasil e Getúlio Vargas, na Região Centro-Sul. No entanto, engana-se quem acha que a espécie é um ipê.


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Apesar da semelhança, as flores que colorem a capital de rosa são das sapucaias, exemplares da flora brasileira, com incidência na Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Nesta época do ano, as árvores ficam com as folhas rosadas e chamam a atenção pela beleza e pelo perfume de sua floração.


 

De acordo com o engenheiro florestal Paolo Sartorelli, o rosa das folhas é produzido por uma substância chamada antocianina, pigmento natural que as protege dos raios de sol. “A sapucaia é uma árvore que perde as folhas no período seco. Quando elas começam a nascer novamente, a antocianina deixa as folhas rosas para evitar que elas, muito jovens, queimem na luz do sol”, explica.



Mas essa não é a única curiosidade a respeito da espécie, conta o engenheiro florestal. Segundo ele, as pequenas flores roxas e brancas, que se parecem com orquídeas, são usadas como alimentação por animais da floresta, como veados e antas. Por isso, entre algumas culturas indígenas, a sapucaia é chamada de “árvore de espera”. “Eles ficavam esperando os animais irem se alimentar das flores para abatê-los”, conta Sartorelli. 


Fruto da sapucaia,árvore nativa brasileira, que produz uma castanha comestível

Fruto da sapucaia,árvore nativa brasileira, que produz uma castanha comestível

Paolo Sartorelli/ Baobá Florestal

 

Outra curiosidade, segundo ele, são os frutos da sapucaia, chamados popularmente de cocos, – muito usados como cumbucas, adorno e até mesmo para a confecção de instrumentos de percussão. “Mas não é um coco. São frutos lenhosos com uma castanha comestível, muito gostosa e muito apreciada por macacos e roedores”, descreve o engenheiro.  


 

A árvore, segundo Sartorelli, é da mesma família botânica da castanha-do-pará. “Ouso dizer, os paraenses que me perdoem, que a castanha da sapucaia é mais gostosa que a do Pará”, brinca o especialista. 


 

Quem quiser apreciar a beleza das sapucaias pode visitar o Parque Municipal e o Horto Florestal, mas exemplares dessa árvore tipicamente brasileira estão por toda a cidade colorindo a capital em tempos de céu cinzento.