Os frequentadores do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, que completa hoje 127 anos, vão ganhar um presente: os tradicionais pedalinhos estarão de volta em breve. A empresa que ganhou a concorrência para a exploração do serviço já começou a construção de um deck para abrigá-los. Serão 15 pedalinhos em forma de cisne, serviço que não funciona há 32 anos no parque.
Eles vão se somar aos barcos que voltaram para uma das lagoas do parque há cerca de dois meses. Eles são de alumínio e não mais de madeira, como os anteriores, mas continuam sendo operados pelo mesmo barqueiro: Ivanilton Almeida Rodrigues, de 64 anos.
Ele trabalhou por 43 anos construindo e operando os barcos de madeira juntamente com seu Nivaldo Ferreira Fraga, de 82 anos, que também tinha a concessão da lanchonete até o começo da pandemia, quando o parque foi fechado para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Nivaldo desistiu, mas Ivanilton decidiu continuar tocando o serviço.
Ivanilton conta que já estava aposentado e havia se mudado para o Espírito Santo, quando foi convidado pelos novos concessionários para voltar a trabalhar com os barcos e os pedalinhos do parque, segundo ele, “o lugar mais lindo da cidade”.
Atualmente, são 10 barcos que não dão conta da demanda. “No domingo, a fila dá voltas”, comenta Ivanilton, feliz com o retorno das atrações que são um dos cartões postais da cidade. Ele afirma estar ansioso com a volta dos pedalinhos, muito pedida pela população que frequenta o parque. “Vai ser uma coisa maravilhosa, que vai agradar o povo ”, comemora. Ivanilton, nos fins de semana, se veste como os barqueiros de Veneza para atender a clientela, que pode optar por remar sozinha ou em sua companhia. Inicialmente, serão 5 pedalinhos que aguardam apenas a construção do deck para voltar a operar.
Negócio de família
Os novos concessionários dos barcos e pedalinho também são os responsáveis pela lanchonete do parque, que voltou a funcionar, agora repaginada e com cardápio e pisos “com cara e sabor de casinha de vó”. Os novos administradores têm uma relação próxima com o parque, explica Gustavo Gonzalez, de 22 anos. “Há quatro gerações minha família trabalha aqui no parque”. Segundo ele, seu bisavó era o responsável pelos burrinhos e seu avó operava os brinquedos.
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Ele conta que quando abriu, ano passado, o edital para a exploração dos empreendimentos, a família se uniu para participar. Na reforma da lanchonete, uma preciosidade foi descoberta: o tradicional revestimento de caquinhos nos pisos e paredes. “Esse piso estava aí de presente para a gente. Resolvemos deixar para dar esse ar de casinha de vó, que combina com o cafezinho e o bolo que servimos aqui”, comenta Gustavo, que se vangloria de trabalhar no melhor escritório de Belo Horizonte, o Parque Municipal.