Moradores do Barreiro e familiares de criança estuprada em banheiro de escola municipal da região fazem protesto nesta sexta (27) -  (crédito: Edésio Ferreira/EM/DA Press)

Moradores do Barreiro e familiares de criança estuprada em banheiro de escola municipal da região fazem protesto nesta sexta (27)

crédito: Edésio Ferreira/EM/DA Press

Familiares do menino de 11 anos que foi estuprado em um banheiro da Escola Municipal Eloy Heraldo Lima, no Bairro Vale do Jatobá, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, protestam em frente à instituição, na manhã desta sexta-feira (27/9). O ato é organizado por moradores do bairro e grupos de apoio à proteção de crianças e adolescentes.

 

 

 

O objetivo da ação é conscientizar a população sobre a gravidade da violência e do abuso sexual sofridos pelo estudante, que relatou ter sido estuprado no dia 13 de setembro. Aos pais, o menino informou apenas três dias depois do crime, que foi levado ao banheiro depois do intervalo e agredido por dois colegas de 11 e 12 anos.

 

 

De acordo com a vítima, que tem microcefalia, os garotos teriam abaixado sua calça e o estuprado. Depois do abuso, ele desmaiou. O garoto foi levado para o posto de saúde na última quinta-feira (19/9) e, em seguida, encaminhado para o Hospital Júlia Kubitschek, onde foi atendido. Na unidade de saúde, ele foi examinado e passou por exames.

 

 

Conforme o registro policial, na sexta-feira (20/9), a família da vítima e dos suspeitos se reuniram na escola. Na ocasião, os dois colegas de turma, apesar de inicialmente terem negado os fatos, confessaram que depois do recreio foram para o banheiro e agrediram o menino. À Polícia Militar, os suspeitos também confessaram o crime.

 

Na presença da mãe, um deles contou que deu socos no peito, cabeça e rosto da vítima. Os garotos relataram que cometeram os crimes porque o menino implicava com ele e xingava a mãe dele.

 

 

Medidas

 

Os manifestantes carregam faixas, cartazes e vão discursar para chamar a atenção das autoridades públicas, além de dar notoriedade à situação, para que medidas mais efetivas sejam tomadas na intenção de prevenir outros casos de violência. Segundo o secretário municipal de Educação, Bruno Barral, os agressores foram transferidos de escola.

 

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Educação, informou que a vítima, apesar de ter microcefalia, seu laudo médico não requer acompanhamento exclusivo e, por isso, ele estava sozinho no banheiro. Barral explicou que até a escola ser notificada nenhum educador ou funcionário percebeu alterações em seu comportamento ou indícios que justificassem a suspeita de uma agressão.

 

 

Questionado se os professores ou acompanhantes da criança não sentiram sua falta, uma vez que ela relata que desmaiou após o ataque, o secretário afirmou que não há registro do fato e que o pré-adolescente voltou “sozinho” para a sala de aula.

 

O secretário de educação explicou que, apesar da extrema violência registrada na última semana, nenhum dos envolvidos possui registros de agressividade ou bullying. Questionado se a instituição chegou a ser notificada sobre os possíveis xingamentos, que segundo um dos suspeitos, teria motivado os crimes, Bruno Barral afirmou que não há “ata escolar ou registro digital” sobre os fatos.

 

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“Esse fato [da motivação] chegou para nós depois que iniciamos as apurações. Mas é comum em momentos como esse se justificar a agressão ou não, mas são fatos que não foram registrados em momento nenhum em atas escolar ou registro digital, portanto eu posso dizer que isso não é oficial”, disse o chefe da pasta.