Incêndio atingiu mata da Unidade de Conservação Estação Ecológica do Cercadinho, na Região Oeste de Belo Horizonte -  (crédito: Leandro Couri/Em/D.A Press)

Incêndio atingiu mata da Unidade de Conservação Estação Ecológica do Cercadinho, na Região Oeste de Belo Horizonte

crédito: Leandro Couri/Em/D.A Press

Um incêndio atingiu uma grande parte da mata da Unidade de Conservação Estação Ecológica do Cercadinho, na Região Oeste de Belo Horizonte, nesse domingo (29/9). O fogo ameaçou casas e a Clínica de Transição Suntor, da rede Paulo de Tarso. 

 


Ana Carolina de Souza, presidente da rede Paulo de Tarso, afirma que assim que o fogo começou a diretoria do hospital foi acionada e brigadistas deram inicio ao combate às chamas. Extintores e água do sistema hidráulico da clínica foram usados até a chegada dos bombeiros. 

 


A fumaça tomou conta do estacionamento do hospital e pacientes que estavam em quartos mais próximos à mata em chamas tiveram que ser realocados para outra ala. Além disso, a instituição conta com suprimentos de oxigênio que ficam estocados na área próxima à mata, de forma que havia risco de explosão por se tratar de um gás inflamável.


“Ficamos bem preocupados, uma vez que grande parte dos nossos pacientes estão em cuidados paliativos e têm problemas respiratórios. Nós felizmente tínhamos leitos vazios, e para que não tivesse nenhum dano à saúde deles, fizemos alguns remanejamentos,Isso não trouxe nenhum transtorno para os pacientes, mas poderia ter tomado uma repercussão muito grande”, declara Souza.

 

Vista aérea da área consumida pelas chamas em incêndio na mata da Unidade de Conservação Estação Ecológica do Cercadinho

Vista aérea da área consumida pelas chamas em incêndio na mata da Unidade de Conservação Estação Ecológica do Cercadinho

Leandro Couri/Em/D.A Press


Segundo pessoas que residem próximo à mata, o incêndio teve início logo após um show pirotécnico realizado por uma casa de show que fica nas proximidades, por volta das 19h30. Uma equipe de brigadistas segue no local fazendo o rescaldo e monitorando a área, uma vez que pequenos focos ainda voltam a aparecer.

 


Em nota, a boate afirmou que utiliza apenas fogos de artifício frios, que não possuem chama aberta e operam em temperaturas muito baixas. “Esses fogos são seguros, não liberam faíscas ou calor suficiente para causar incêndios e são amplamente utilizados em ambientes fechados justamente por sua segurança”, diz.


A nota também diz que os responsáveis pela boate estão colaborando com as investigações e “analisando imagens de câmeras de segurança de imóveis próximos que dão acesso à área de mata para ajudar a elucidar o ocorrido”.


Reclamações recorrentes


Ana Carolina afirmou que um boletim de ocorrência foi registrado nesta segunda-feira (30/9). Ela acredita que a responsabilidade do incêndio seja da casa de show que fica em frente ao hospital. 


Esta não é a primeira vez que a instituição registra queixas sobre as atividades da boate, que faz uso de fogos de artifício todo domingo. 


“Já fizemos algumas notificações, tanto pela questão da perturbação da ordem quanto pelos show pirotécnicos. Hoje todo mundo tem conhecimento do problema que a gente está tendo com as queimadas, né? Então é uma falta de responsabilidade imensa soltar fogos de artifício em frente a uma área de preservação e ao lado de um hospital”, afirma a presidente. 

 

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Um morador que não quis se identificar por medo de retaliação contou à reportagem que o incêndio assustou todos que estavam nas imediações. Além disso, ele relata que não é a primeira vez que uma situação parecida acontece no local. 


Em junho de 2023, o Estado de Minas noticiou um incêndio na mesma Unidade de Preservação. Na época, o fogo também teve início depois de um show de pirotecnia.