Em meio ao calor e tempo seco, os chamados para o Corpo de Bombeiros dispararam em Minas Gerais. Em agosto, somaram-se 5.935 incêndios em vegetação, número que representa um aumento de 79,9% em relação ao mês de julho. Com a virada do mês, o drama ainda se alastra em várias regiões. Somente nas últimas 24 horas, o estado registrou mais de 400 incêndios. 

 

 

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De acordo com os últimos dados atualizados do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), houve pelo menos 424 acionamentos em todo o território mineiro, das 17h dessa segunda-feira (2/9) até as 17h desta terça (3/9).

 

 

Veículos destruídos pelo fogo

Ao menos dez veículos que estavam em um pátio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-381, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram queimados na tarde desta terça. Segundo os militares, os carros foram atingidos pelas chamas que se alastraram de um incêndio na vegetação às margens da rodovia. Imagens que circularam nas redes sociais mostram os veículos, que foram apreendidos pela corporação, consumidos pelo fogo. 

 

 



 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo foi debelado por volta das 17h. Apesar da destruição, não houve feridos. Procurada pelo Estado de Minas, a PRF informou que um balanço oficial dos veículos atingidos ainda não foi realizado. 

 


O mesmo incêndio também destruiu carros que estavam em uma área sob administração de uma empresa licenciada pela Polícia Civil. Neste caso, pelo menos, 150 automóveis foram destruídos pelo fogo. O espaço possui 1.200 veículos apreendidos. As chamas começaram por volta das 11h e foram totalmente extinguidas pelos militares às 17h. Vídeos circularam na web com imagens da coluna de fumaça preta que saía do local. A PCMG informou que a perícia da corporação foi acionada e deslocada para realizar os primeiros levantamentos e coletas de vestígios. 

 

 

Incêndios florestais

Ainda nesta terça, os bombeiros realizaram combates contra incêndio em diversas frentes diferentes. No Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto, na Região Central, os militares já está no segundo dia consecutivo de trabalhos. Estão sendo feitos sobrevoos para reavaliação dos focos visualizados no primeiro dia. As equipes são distribuídas em dois pontos, sendo eles: Serrinha e Torre de Alta Tensão, no Sibrão. Foram mobilizados nove bombeiros, seis policiais militares e 13 brigadistas. Além disso, seis caminhões-pipa, uma aeronave Pegasus 9 e dois Airtractors atuam no combate.

 

 

No Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas, Grande BH, as chamas altas provocam o segundo dia de operações, uma vez que a equipe solicitou reforço. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o local é de difícil acesso para a realização do combate e o terreno coloca em risco a integridade física da guarnição. Atuam no local três bombeiros militares e quatro brigadistas, que contam com o apoio de quatro caminhões-pipa.

 

 

O fogo também atingiu uma área de pastagem e uma plantação de eucalipto, ambas particulares, na Apa Rio Machado, na zona rural de Poço Fundo, Sul de Minas. Três bombeiros e um caminhão-pipa foram enviados para o local. Já na Apa Estadual Cocha Gibão, o incêndio consome o Parque Nacional Sertão Veredas, no Norte de Minas. O fogo, segundo a administração da APA, teve início na Bahia e avançou para Minas Gerais.

 

 

Pior ano desde 2011

Dados de queimadas monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ainda apontam que o estado tem maior número de focos em 13 anos. Até o último domingo (1/9), Minas ocupava a 8ª posição entre as unidades da federação com mais registros, com 5.673 incêndios em vegetação detectados por satélite, representando a pior marca do estado para o período desde 2011. 

 

 

 

 

No primeiro dia deste mês, o Inpe registrou 446 focos em 24 horas, número alarmante em comparação aos 33 de 1º de setembro de 2023. 

 

Céu 'enfumaçado'

Na capital mineira os belo-horizontinos têm presenciado o céu embaçado e opaco desde o primeiro momento do dia. A condição, que se parece muito com fumaça, é causada pela névoa seca, fenômeno gerado por altas temperaturas e baixa umidade do ar. Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a névoa tem sido agravada pela combinação de fatores como acúmulo de poeira, baixa umidade relativa do ar e o transporte da fumaça dos incêndios.

 

 

Na tarde desta terça (3/9) a umidade do ar chegou a 12%, porcentagem que equivale a de desertos como o Saara, no Norte da África, e o Atacama, no Chile, conforme informações da Defesa Civil municipal. Altas temperaturas também foram registradas, com o termômetro alcançando a máxima de 34,6°C. A seca ainda é agravada pela falta de chuva na capital, que já registra 139 dias de seca. O último registro de precipitações foi em abril. Conforme meteorologistas ouvidos pela reportagem, uma virada no tempo deve acontecer somente a partir do dia 19 de setembro. Até lá, muito sol e calor em praticamente todas regiões de Minas Gerais, sem previsão de chuvas.

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