O Mercado Central, um dos cartões-postais de Belo Horizonte, celebra, neste sábado (7/9), 95 anos de história e a estreia de um novo capítulo: o espaço que ocupa o Centro da capital mineira passa a ser denominado Mercado Central KTO, em referência à marca de casas de apostas que utiliza os ‘naming rights’ do local.
Além disso, durante a comemoração na Avenida Augusto de Lima, o prefeito Fuad Noman (PSD) assinou um termo que prevê uma parceria entre o mercado e o Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH) para catalogação e digitalização de documentos que remontam a história do ponto turístico.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Fuad deixou o desfile cívico-militar de 7 de setembro, na Avenida Afonso Pena, no Centro da capital, e seguiu para o evento no mercado. Em entrevista ao Estado de Minas, o chefe do Executivo municipal ressaltou a importância do acordo. “Toda essa história está guardada em um armário, mas agora vai estar no arquivo público municipal para ser consultado, para as pessoas conhecerem como isso aconteceu, como esse fenômeno apareceu em Belo Horizonte. Afinal, 95 anos não são pouca coisa, construir esse gigante exigiu muito trabalho e esforço”, declara.
“O Mercado Central vai ceder todo seu acervo de fotografias, documentos, vídeos, história. O arquivo, não só vai fazer o tratamento, como disponibilizar esse material depois, junto com o mercado, por meio de exposições virtuais e exposições físicas. É uma oportunidade não só de registrar e preservar a memória do mercado, mas de difundir essa memória”, explica a secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras.
O diretor-presidente do mercado, Ricardo Campos Vasconcelos, enxerga a ação como um “reconhecimento pela importância da instituição para a cidade". “Esse presente que vai cuidar e colocar essa história para todo o mundo, onde as pessoas vão poder conhecer nosso dia a dia, o que que passou lá atrás de forma bem mais fidedigna, seja consultando nossas atas, seja nossos mapas e registros”, afirma.
- Final de semana é de calor e tempo seco em BH
- Governo quer transformar Palácio das Mangabeiras em bem público definitivo
- Estiagem provoca escassez hídrica em rio do Centro-Oeste de Minas
Novo nome
Após adquirir a cota comercial de naming rights do estabelecimento, a marca de casas de apostas KTO prevê uma série de ações para revitalizar o espaço de acordo com as necessidades apontadas pelos comerciantes. “As entregas são definidas pela associação dos comerciantes, a gente entra com o investimento e a forma de alocar esses valores é definida por eles”, explica o head de marketing da KTO Brasil, Andreas Muller.
Dentre os destaques mais urgentes, está uma demanda antiga do Mercado Central. “No escopo, temos algumas possibilidades como a limpeza do teto e a revitalização das sinalizações internas”, pontua.
O Executivo municipal enxerga a parceria com otimismo. Fuad Noman, candidato à reeleição para a Prefeitura de BH (PBH), sinalizou a possibilidade de aderir às cotas de naming rights em outros pontos turísticos de Belo Horizonte. “Toda vez que você puder incorporar a iniciativa privada de modo a valorizar aquilo, é importante”, declara.
“As parcerias público-privadas são comuns e hoje chegam aos espaços de referência; no esporte tem demais, na cultura, alguns. Sem dúvida alguma, é a iniciativa privada chegando para poder fortalecer esses ícones culturais, esportivos e turísticos das cidades”, comenta Eliane Parreiras.
Após a assinatura, a população cantou "parabéns" para o mercado com um bolo gigante. A celebração de aniversário é gratuita e contará, até às 19h, com atrações como o Baile do Maguá, a banda Ca$h e o grupo Trem dos Onze. Ao todo, sete atrações musicais vão se apresentar em dois palcos ao longo do evento. Além das opções gastronômicas, a festa terá barracas do mercado e de chefs convidados.
Fundado em 1929, o Mercado Central recebe ao menos 15 milhões de pessoas durante o ano. São, em média, 32 mil visitantes por dia, com picos de 60 mil durante os fins de semana. O espaço conta com mais de 400 lojas e tem produtos mineiros típicos como destaque de vendas. Dentre eles estão o fígado acebolado com jiló, a limonada comercializada desde 1938, o pão de queijo com pernil e diversos queijos.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata