Foram concluídos na última quinta-feira (5/9) as investigações que apuravam o crime de abuso sexual que um homem, de 40 anos, praticava contra sua própria filha. A prática começou quando a vítima tinha 8 anos e continuou até que ela completasse 14, em 2024.


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A Polícia Civil (PCMG) tomou conhecimento do caso no dia 12 de julho, e no mesmo dia o suspeito foi conduzido até a delegacia de plantão. Entretanto, na ocasião, ele não teve a prisão ratificada, por falta de requisitos flagranciais. Segundo a delegada Andreza Prestes, titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher em Ibirité, é possível que o último abuso tenha acontecido no dia anterior.

 




Após o conhecimento dos fatos, a PCMG iniciou o inquérito policial para que as informações necessárias fossem coletadas, culminando na prisão do suspeito ainda em julho. As investigações terminaram na última quinta.


A vítima foi ouvida em juízo e relatou, com muita vergonha, tudo o que aconteceu. Segundo a delegada, tudo começou quando a mãe da menina faleceu, em 2018, e passou a viver sob os cuidados do genitor. Desde então, sofria abusos sexuais.


No início, ela não entendia que se tratava de um abuso. “À medida que ela foi crescendo, tomando conhecimento e entendendo o que estava passando, conseguiu relatar isso à cunhada por meio de mensagem de aplicativo. Essa cunhada deu o suporte que a vítima precisava, fez o contato com o irmão da vítima, e a polícia foi acionada”, relata Prestes. 


A partir de exames de corpo de delito, relatos de testemunhas e do próprio pai, foi possível concluir que havia indícios suficientes da prática de estupro de vulnerável, quando a vítima é menor de 14 anos, e de estupro, após a vítima completar 14 anos.


A adolescente agora se encontra sob os cuidados do irmão mais velho.

 


A delegada Carolina Bechelany ressaltou a importância de conversar com as crianças sobre os limites nas interações com adultos, uma vez que, muitas vezes, elas sequer sabem que estão sendo abusadas.


“Precisam saber o que é abuso sexual porque mais de 80% dos casos acontecem dentro de casa ou em um ambiente muito próximo. Se a criança for orientada e passar por algum caso de abuso, ela vai relatar”, afirma Bechelany. “Uma criança orientada é uma criança protegida”, conclui.

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