Uma mãe denunciou a Creche Municipal Dona Hermínia, em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais, por agressão contra sua filha de 2 anos. A mulher afirma que um dia a menina chegou em casa com marcas na perna e chorando. 

 

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Segundo o relato da mãe, a criança é alegre e carinhosa, mas vinha apresentando comportamento mais irritado, comendo pouco e chorando. Em uma ocasião, a menina chegou a dizer que o braço estava doendo e, outra vez, a responsável reparou que a filha voltou com mau cheiro no bumbum, como se não a tivessem limpado corretamente. A mãe, então, foi até a creche e relatou as situações, mas não obteve uma explicação dos profissionais da unidade escolar. 

 




No dia 5 de setembro, a criança foi para a creche febril e a mãe pediu que o motorista da van ficasse de olho nela. Quando voltou para casa, a menina estava ardendo em febre e o motorista relatou que a creche não havia repassado nada a respeito. 


A filha disse para a mãe que o bumbum estava doendo, foi então que ela viu marcas vermelhas, semelhantes a dedos de uma mão adulta. Ao ser questionada, a menina disse que foi a “tia” que tinha batido.


No mesmo momento, a mulher ligou para a polícia para registrar um boletim de ocorrência e foi encaminhada para uma unidade de saúde para fazer o exame de corpo delito na criança. Ela relata que a filha estava muito agitada quando foi examinada, não deixando ser tocada e chorando muito. 


No dia seguinte, foi até a creche e questionou o que tinha acontecido. A diretora negou que a agressão tivesse acontecido no local. Apesar dos pedidos da mãe para falar com a cuidadora da filha, ela não foi chamada para a reunião.


“A professora passou, chegando para trabalhar e esconderam ela lá para dentro”, afirma a responsável. “Eu me senti inútil. É muito triste ver transformar a vida toda do seu filho assim. É muito difícil não ser acolhida no lugar que pensei que minha filha estaria segura”, completa.

 

Desde o dia em que as marcas foram encontradas na menina que a mãe decidiu retirá-la da unidade educacional. Desde então, o comportamento da pequena melhorou, voltando a se alimentar bem, brincando e sem febre. 


“Eu fiquei tão feliz que até gravei. Ela virou para mim e falou; 'mamãe, eu te amo tanto'. Quanto tempo que eu não via minha filha fazer isso, nem brincar ela tava brincando mais”, declarou a responsável.

 

 

A mãe espera que outras crianças não passem pela mesma situação. "Eu vou pedir que coloquem câmeras nas creches, porque isso não pode acontecer com outras crianças. A minha não está mais lá, mas a minha preocupação são as outras que estão”, afirma.


Em nota, a Secretaria de Educação de Ouro Preto informou que, tomado conhecimento da denúncia, enviou representantes à creche para acompanhar a situação. "Recebemos os pais da criança, com o intuito de acolhê-los, formalizar a denúncia apresentada, demonstrar solidariedade e iniciar as providências cabíveis". Ainda segundo a pasta, o aluno foi realocado em outra instituição de ensino.

Já a apuração referente aos servidores públicos eventualmente envolvidos, informou a secretaria, "será conduzida de maneira discreta e com total respeito aos direitos das partes envolvidas". De acordo com a pasta, não há outras denúncias registradas na Secretaria de Educação.

"A Secretaria de Educação reitera seu repúdio a qualquer forma de violência contra crianças e adolescentes, e reforça que orienta continuamente seus servidores sobre a importância dos bons tratos, do respeito, da humanização e da garantia dos direitos dos estudantes", complementou na nota.

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