Depois de alguns meses de neutralidade desde o fim do ‘El Ninõ’, análises recentes da Administração Nacional de Oceanos do Estados Unidos (NOAA) previram a possibilidade de 71% de ‘La Ninã’ surgir entre o trimestre de setembro a novembro. Quanto ao recorte de outubro a dezembro, a possibilidade aumenta para 81%. O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Lizandro Gemiacki esclarece que se a probabilidade do NOAA se concretizar, os efeitos do fenômeno só devem ser sentidos no verão no Brasil e em Minas Gerais.

 

 

O ‘La Ninã’ é um fenômeno climático que se caracteriza pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico central e oriental. Em atuação, o ‘La Ninã’ causa aumento das chuvas no Norte e no Nordeste e um período de seca no Sul do Brasil. De acordo com o Climatempo, em Minas Gerais, o fenômeno pode apresentar condições semelhantes às do Nordeste, mas a situação não é uma regra.

 




Lizandro Gemiacki explica que, em Minas Gerais, o fenômeno faz com que as chuvas caiam por vários dias e as temperaturas fiquem menores. No entanto, como os efeitos só devem ser sentidos em pleno verão, o Climatempo destaca que os impactos de La Ninã podem ser parcialmente mascarados pelo fato de o verão já ser tradicionalmente a estação com mais chuvas.

 

Além disso, os efeitos tradicionais de resfriamento também devem ser suavizados, em razão da maior incidência de radiação solar e calor, fatores característicos do verão. 

 


Ao longo dessa estação, a probabilidade para ‘La Ninã’ vai diminuindo. De acordo com o NOAA, entre os meses de março a maio de 2025, a probabilidade de o fenômeno ocorrer fica em apenas 33% contra 61% para a possibilidade de uma situação neutra. Com isso, se ‘La Ninã’ começar mesmo em outubro deve durar pouco tempo. A última vez que o fenômeno se formou foi entre 2020 e 2023.  


Mas será que o La Nina vai ocorrer mesmo? 


A empresa de meteorologia do Rio Grande do Sul, o MetSul, não acredita em probabilidades tão altas para formação do fenômeno. Isso porque o último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) detectou a anomalia do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste a -0,1°C, o que é considerado neutralidade. A neutralidade acontece quando o valor fica na faixa de -0,4°C a 0,4°C.


Desde julho, quando havia probabilidade de 69% de chance da La Ninã se formar, a região de monitoramento do Oceano Pacífico Equatorial Centro-Leste já apresentou quatro semanas com registro de valores negativos, mas entre -0,1°C e -0,2°C, nenhum perto de -0,5°C, valor mínimo para La Ninã. 

 


O MetSul destaca que, para que um evento como o La Ninã seja declarado, são necessárias várias semanas de anomalia com valores de -0,5°C. Por isso, a empresa de meteorologia acredita que a fase neutra deve continuar, pelo menos no curto prazo. 

 

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A empresa vê dois cenários possíveis para o La Ninã. No primeiro cenário, o MetSul percebe a possibilidade de um evento de La Nina muito fraco e de curta duração entre a primavera e o verão. Já em um segundo, a empresa visualiza um Pacífico em neutralidade, com anomalias de temperaturas do mar negativas, mas sem a caracterização de um fenômeno. 

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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