O líder religioso de 43 anos suspeito de estuprar cerca de dez crianças, adolescentes e mulheres durante supostos rituais religiosos em Frutal, no Triângulo Mineiro, foi indiciado por estupro e estupro de vulnerável pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). O homem está preso no presídio de Frutal. O inquérito foi concluído.
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Segundo a investigação, os crimes foram cometidos contra dez vítimas, dentro de um centro religioso da cidade. As vítimas foram ouvidas pelos policiais. Para praticar os crimes sexuais, o suspeito teria as intimidado com uma espingarda, que foi apreendida.
Ele foi preso por equipe da Polícia Civil de Frutal, na manhã de 29 de agosto. Nessa época, já existia a suspeita de ele ter praticado crimes contra pelo menos seis vítimas. A suposta vítima mais nova tem 9 anos.
O delegado responsável pelas investigações, Bruno Giovannini, atualizou o caso nesta quarta-feira (18/9). Segundo ele, além dessas seis vítimas, outras foram ouvidas durante esse mês. "O inquérito concluído foi encaminhado para o Ministério Público, que agora vai elaborar a denúncia para ele ser processado e futuramente julgado", complementou.
O Estado de Minas questionou o delegado sobre quantas, no total, supostas vítimas prestaram depoimento, por quais crimes o homem foi indiciado, se ele confessou os crimes e qual foi o teor do seu depoimento, mas não obteve resposta.
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Operação Voto de Silêncio
A prisão do suspeito, no final do mês passado, fez parte da Operação Voto de Silêncio. Ele não tinha passagens pela polícia.
Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo apreendidos documentos que comprovam o crime e uma espingarda. A arma, segundo o delegado Bruno Giovannini, era usada para intimidar as vítimas, caso elas quisessem sair do grupo religioso. "Identificamos que as vítimas foram intimidadas por esse líder religioso de diversas formas, inclusive com arma de fogo", contou o delegado.
‘Quarto do sigilo’
Ainda conforme Giovannini, os estupros ocorriam durante os rituais que eram reservados somente a ele, em um local chamado de ‘quarto do sigilo’.
No quarto, ainda segundo as investigações, o líder religioso usava imagens intimidadoras, forçando as mulheres a entrarem em um alçapão junto com ele. Em seguida, o suposto líder incorporava algum tipo de espírito e exigia que as vítimas tivessem relações sexuais com ele para que seus pedidos de fé fossem realizados. "Através desse sigilo, ele estava perpetuando essas agressões sexuais", afirma Giovannini.
Centro religioso
Ainda conforme as investigações, o suspeito possui um centro religioso frequentado por diversas pessoas. "Conforme apuramos, ele tinha um grupo específico dentro desse centro chamado ‘grupo do sigilo’ em que ele trazia para perto dele pessoas que seriam destinatárias de cerimônias mais exclusivas. Inclusive ele cobrava por isso. Mas durante esses cerimoniais, descobrimos que ele teria praticado diversos crimes sexuais contra crianças, adolescentes e mulheres", complementou.
A reportagem questionou sobre qual a religião do centro do suspeito, mas o delegado disse que prefere não identificá-la.