A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu nove suspeitos de furto, roubo e adulteração de veículos nessa quinta-feira (19/9). Simultaneamente às prisões, o Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) também cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e Região Metropolitana. 

 




Segundo a PCMG, a Operação Geminis entrou em fase final. Desde o seu início, há nove meses, já foram detidos 46 integrantes de um esquema de revenda de carros baseado na capital mineira. Além disso, 38 veículos foram recuperados.  


 

Os veículos, desde populares até de luxo, eram revendidos em grupos de mensagens e redes sociais por preços muito abaixo do valor de mercado para outros estados e países da América Latina. Segundo o delegado Davi Batista Gomes, responsável pela operação, veículos avaliados em R$ 80 mil chegaram a ser anunciados por até R$ 2 mil em aplicativos de mensagens e grupos de redes sociais. 


 

Após o furto ou roubo, os carros passavam por um processo de adulteração, que podia ser apenas uma troca de placa para os modelos mais simples, até mais refinados para os de luxo. “A gente tem praticamente dois tipos de adulteração: a mais superficial, muitas vezes somente com a troca da placa do veículo; e outras mais caprichadas que seriam alterações no vidro do veículo, placa, chassi, motor, praticamente deixando o veículo irreconhecível”, explica Gomes.

 

 

 

A organização foi considerada pela polícia como altamente articulada, estruturada e com alto nível de complexidade. Ela é dividida em níveis como gerência, responsáveis pelos furtos e roubos e um núcleo. Acredita-se que o núcleo principal seja composto por 24 integrantes, todos já identificados, e que os responsáveis por adquirir ilicitamente os veículos eram contratados por serviço e não tinham ligação permanente com a quadrilha. 


 

Carros de luxo, em sua maioria caminhonetes como Hilux e L200, eram adulterados e enviados para países como Paraguai, Chile, Argentina e Bolívia. Por isso, acredita-se também que os bens serviam como pagamento para o tráfico de drogas. A prisão de um dos integrantes no exterior está sendo apurada pela Polícia Civil.


 

“Um dos suspeitos presos já possui histórico criminal e declarou aos policiais, no momento de sua abordagem, que levaria uma caminhonete, já apreendida, para o Chile”, ressaltou Batista. 

 

 


Outro investigado, natural de Rondônia, saiu da cidade natal transportando uma caminhonete em direção à Bolívia e foi abordado em uma rodovia federal. Uma caminhonete, a caminho de Ribeirão Preto, também foi recuperada pela PCMG. Segundo o delegado, trata-se de uma conhecida rota utilizada para ter acesso à região de fronteira, especialmente com Bolívia e Paraguai.

 

 

“Por esses e outros diversos elementos colhidos pela Polícia Civil, ficou claro que a intenção desses investigados responsáveis pelo traslado e revenda, sobretudo de caminhonetes de alto valor comercial, em outros países sul-americanos, tinha caráter transnacional, evidenciando a gravidade dos crimes”, concluiu o delegado.

 

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A possibilidade de envolvimento com grandes organizações criminosas, como o PCC, também está sendo averiguada. As investigações prosseguem para esclarecimento de todos os fatos.

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