Com Renato Manfrim - Especial para o EM

 

“A seca não causou nenhum tipo de problema na distribuição de água pela Copasa”, é o que afirma Ronaldo Serpa, superintendente da área de negócio metropolitana da Companhia de Saneamento de Minas Gerais. Segundo a autarquia, as três represas que abastecem o sistema Paraopeba estão com 58% do seu volume preenchido “Há certa segurança”, ele confirma, “elas diminuíram os níveis, mas ainda é considerado uma situação relativamente tranquila”.

 

Com o clima quente e a longa estiagem, a relação entre a distribuição de água e sua quantidade disponível durante o período pode se tornar inversamente proporcional. Portanto, ainda segundo Ronaldo, “a preocupação é indispensável”. 

 

“Se a gente apenas tira e não repõe, falta”, diz o professor de engenharia ambiental da Una, Luiz Carlos da Cruz, que questiona: “os limites ainda atendem, mas teremos o volume de chuva esperado para outubro em diante o suficiente para repor o período de seca?”.

 

Segundo o professor, 110 litros de água por dia é a quantidade definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o consumo mínimo necessário para as necessidades básicas do ser humano, seja saciar a sede, preparar alimentos ou higiene. Ele aponta que, apenas na Região Centro-Sul da capital mineira, são gastos entre 100 a 600 litros de água por pessoa na mesma estatística.

 



 

A situação se exemplifica em Uberaba, no Triângulo Mineiro, por exemplo. A Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau), empresa responsável pelo abastecimento na cidade, determinou “fechamento total noturno” entre os dias 11 e 12 deste mês, chegando a declarar situação de emergência no dia 16 por desabastecimento de água tratada. No dia 17, os níveis do reservatório haviam caído de 53% para 20%. 

 

 

O presidente da Codau, Rui Ramos, destacou que a companhia tem registrado uma sequência de alta no consumo diário de água ao longo do dia devido ao atual clima mais quente e seco. 

 

"A seca nos impõe novas atitudes e insistimos para que as pessoas adotem as medidas recomendadas de economia. Por exemplo, o desperdício de água para lavar a calçada é possível de ser eliminado por completo”, comentou.

 

Por outro lado, esse cenário é a grande razão pela insistência no hábito da população. Uma moradora do Bairro Parque São Geraldo, que preferiu não se identificar, disse que não consegue apenas varrer sua garagem. 

 

"Não tem como não jogar uma água para refrescar o ambiente da minha casa. Está muito difícil essa baixa umidade do ar, às vezes até abaixo dos 10%. Eu tenho passado mal com náuseas e dor de cabeça por conta desse calorão", contou.

 

Com informações de Laura Scardua*

 

Dicas orientadas pela Copasa durante o período

 

Confira algumas práticas que podem ajudar a economizar água e que, também, impactam as contas mensais. 

 

  • Ao lavar as mãos, escovar os dentes, tomar banho, fazer a barba e ensaboar a louça, mantenha a torneira fechada.
  • Abra a torneira apenas na hora de enxaguar.
  • Use o balde no lugar da mangueira para lavar o carro e a vassoura para limpar a calçada.
  • Tome banhos rápidos;
  • Molhe plantas com regador e não com a mangueira;
  • Junte a roupa suja e lave somente duas vezes por semana.
  • Reutilizar a água da máquina de lavar.
  • E preste atenção na tubulação do seu imóvel. Vazamentos desperdiçam muita água.

 

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