Sete anos depois do crime, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Vitor Gomes Barbosa, Artur Ferreira Macedo Neto, Lucas Batista Corrêa e Matheus Cardoso, menor de idade à época dos fatos, pelo assassinato de João Vítor Abreu, de 34 anos, na Praça Duque de Caxias, no Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte. O caso aconteceu em 5 de junho de 2016.

 

 

O homicídio ocorreu por volta das 23h14 e, de acordo com a polícia, quando militares do 16º Batalhão chegaram ao local, encontraram a João Vítor com um ferimento na cabeça. Ele chegou a ser levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas teve a morte confirmada pela equipe médica. A vítima trabalhava como segurança no Tribunal Regional Federal (TRF), em BH.

 

 

A bala atingiu o rosto e atravessou o crânio. O crime foi flagrado pelas câmeras do sistema Olho Vivo instaladas na praça. Militares e parentes da vítima tiveram acesso às imagens, que ajudaram a identificar os atiradores. 

 

 

Segundo o Ministério Público, os denunciados integravam uma associação criminosa especializada no tráfico de drogas na região, tendo como líder o denunciado Artur Ferreira Macedo Neto. A motivação do crime teria sido vingança à morte de integrante do grupo criminoso dos réus, Samir Abner Vieira Santos. 

 



 

O líder, que estava sob proteção da Justiça, ordenou que os demais integrantes matassem João Vitor Abreu. O suspeito Lucas Batista conduziu então o menor infrator ao local onde a vítima se encontrava. O adolescente desembarcou da moto onde foi transportado, e efetuou dois disparos, sendo eles na cabeça e costas. Em seguida, a dupla foi à residência do denunciado Vitor Gomes para se esconderem da polícia, bem como a arma utilizada no homicídio. 

 

 

Segundo o MPMG, o crime poderia ter resultado em "perigo comum", uma vez que os disparos foram dados em praça pública, local de encontro de famílias à noite, no bairro tradicional da cidade. 

 

 

O Ministério Público alega ainda que os acusados associaram-se para o fim específico do cometimento de crimes, especialmente o tráfico de drogas, no bairro Sagrada Família, também na Região Leste. 


Denúncias

O réu Artur Ferreira é denunciado de ser, na época, chefe do tráfico na região e de ter dado a ordem para que o João Vitor fosse executado. Em julgamento no Tribunal do Júri, nesta quarta-feira (25/9) ele negou os crimes, disse que não tem envolvimento com o tráfico de drogas e que estava preso na época do crime.

 

 

Além disso, alegou que ficou preso por mais de 3 anos por causa de em um assalto perto da "boca" onde era acusado de ser chefe do crime. "Como que o possível chefe do tráfico iria assaltar na porta da sua 'boca' de fumo". Disse que não fazia uso de celular na cadeia e que sequer conhecia a vítima de algum lugar.

 

 

O réu Lucas Batista foi denunciado por ter conduzido a moto que deu fuga ao menor de idade. Ele optou por responder perguntas somente da sua defesa. Na audiência, o réu comentou que estava na casa da ex-namorada no dia do crime. O menor de idade que executou a vítima é primo da sua ex-companheira. O réu disse que estava em um ponto de ônibus na Avenida Silviano Brandão quando o jovem apareceu, e ressaltou que não sabia da execução e que nunca viu e não conhecia João Vitor.

 

Já Vitor Gomes Barbosa é acusado de ter dado refúgio ao Lucas e ao menor de idade, em sua casa. Ele respondeu a perguntas somente da sua defesa e apenas afirmou que não sabia que o menor de idade tinha cometido o assassinato antes de chegar na sua casa.

 

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