A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desarticulou nesta quinta-feira (26/9) uma organização criminosa especializada em estelionato e lavagem de dinheiro. Três homens, de 21, 30 e 61 anos, foram presos em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um quarto integrante, de 41, está foragido.

 

 

Com a quebra dos sigilos bancário e fiscal, a Polícia Civil descobriu que o trio movimentou mais de R$ 15 milhões em menos de um ano, valores incompatíveis com os rendimentos declarados por eles. O suspeito de 30 anos, por exemplo, recebeu auxílio governamental em 2021, apesar de ter movimentado milhões de reais no mesmo período.

 



 

As investigações tiveram início em junho de 2022, quando uma primeira vítima descobriu que um automóvel de luxo, que não era dela, estava registrado em seu nome. A partir daí, a equipe da 2ª Delegacia de Polícia em Santa Luzia apurou que o investigado de 61 anos, ex-chefe da vítima em uma empresa e ex-vereador da cidade, utilizou os documentos dela para realizar um financiamento fraudulento no valor de R$ 100 mil com um banco.

 

“Ao longo da investigação diversas vítimas procuraram a Polícia Civil relatando que haviam emprestado seus nomes e CPFs para o grupo criminoso, que prometia o pagamento de vantagens financeiras e a quitação rápida dos financiamentos, o que nunca ocorria. Em alguns casos, os veículos financiados sequer estavam à venda, revelando uma prática sofisticada de fraude”, destacou o delegado responsável pelo inquérito, Fábio Gabrich.

 

 

Na casa do homem de 30 anos, os policiais encontraram um veículo relacionado com fraude denunciada por uma vítima que sofreu prejuízos com financiamento veicular em seu nome. “A apreensão indica que o suspeito continuava envolvido nas atividades criminosas. Além disso, foram encontrados 13 cartões de ônibus com indícios de venda ilegal de créditos e uma placa veicular suspeita de fraude envolvendo um jipe de luxo, também com registros de financiamento irregular e venda não autorizada”, acrescentou Gabrich. A forma de participação do jovem de 21 anos preso não foi explicada pela PCMG.

 

 

O esquema

O grupo criminoso operava de três formas distintas. Na primeira, eles utilizavam CPFs de "laranjas" para financiar o veículo de forma fraudulenta. O valor obtido com o financiamento era repassado ao grupo e as parcelas não eram pagas, deixando a dívida no nome das pessoas que emprestaram seus dados.

 

Na segunda forma de atuação, após conseguir o financiamento, o grupo vendia o veículo com dívida (alienação fiduciária) para terceiros, obtendo lucro duas vezes: tanto com o valor do financiamento quanto com a venda do carro.

 

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Já em outra modalidade de fraude, o grupo realizava financiamentos em nome de terceiros, sem que esses veículos estivessem realmente à venda, e embolsava o valor financiado.

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