Um homem, de 34 anos, foi indiciado por assassinar o ex-enteado, um adolescente de 15, e tentar matar outras duas pessoas – a ex-companheira, de 36, e o irmão dela, de 34 anos – utilizando uma faca de cozinha. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (26/9).

 

O suspeito foi indiciado por triplo homicídio, sendo um feminicídio tentado contra a mulher, um homicídio consumado contra o adolescente e um homicídio tentado contra o homem de 34 anos. Ele está no sistema prisional, à disposição da Justiça.

 


O crime ocorreu em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 9 de agosto deste ano, e teve início em um bar onde a mulher estava na companhia de um homem.


O suspeito, que não aceitava o término do relacionamento há dois meses, chegou ao local e, mesmo com uma medida protetiva que o impedia de se aproximar da vítima, passou a xingá-la. A mulher pediu um carro de aplicativo para sair do local, e o suspeito arremessou uma garrafa contra o veículo.

 



Ao chegar em casa, que fica na mesma rua da residência do investigado, a mulher relatou o ocorrido aos três filhos. Eles e o irmão da mulher decidiram confrontar o suspeito, acompanhados de um amigo da família.


O amigo, armado com um pedaço de madeira, se dirigiu à casa do homem, que, por sua vez, esperava na porta armado com uma faca. Quando o grupo chegou, uma luta corporal se iniciou, resultando em facadas que atingiram o adolescente, a mulher e o irmão dela.

 


As vítimas foram socorridas, mas o jovem, que sofreu uma lesão na região do pescoço, não sobreviveu. A mulher foi ferida no tórax; e o irmão, no braço. O suspeito fugiu do local, mas a prisão preventiva foi decretada pela Justiça em 11 de setembro, após pedido da Polícia Civil de Minas Gerais. Ele foi capturado em uma casa de um amigo, no bairro Jardim Brasília, em Betim.


A equipe da Delegacia Especializada de Homicídios em Betim conduziu a investigação, ouvindo testemunhas e as vítimas sobreviventes, além de apreender imagens do crime registradas por uma câmera de segurança de uma residência nas proximidades.

 


Indiciamento


O delegado responsável pelo caso, Otávio Luiz de Carvalho, explicou que a análise das imagens do circuito interno de segurança contradiz a versão do suspeito, que alegou legítima defesa. “Ele podia ter atuado de diferentes outras formas para se defender. Poderia ter corrido, acionado a polícia, mas as imagens mostram claramente ele perseguindo as vítimas para atingi-las”, disse o delegado.

 

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A chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Alessandra Wilke, ressaltou a gravidade do crime, que se iniciou por violência doméstica. “Infelizmente, mais uma vez vemos um caso de tentativa de feminicídio em que o suspeito acredita ter posse sobre a mulher”, comentou. “A Polícia Civil, empenhada na resolução de crimes dessa natureza, tem demonstrado seu compromisso para a devida responsabilização dos agressores”, acrescentou.


O inquérito policial foi concluído nessa quarta-feira (25/9).

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