O influencer em sua Lamborghini e ao fundo o avião que estampa o rótulo de GeBe -  (crédito: Instagram de GeBe)

O influencer em sua Lamborghini e ao fundo o avião que estampa o rótulo de GeBe

crédito: Instagram de GeBe

O influencer “GeBe”, de 26 anos, está preso desde segunda-feira (30/9) na Divisão Especializada de Furto, Corrupção e Fraudes da Polícia Civil, em Belo Horizonte. Com 2,3 milhões de seguidores, ele é suspeito de cometer três crimes: jogos de azar, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. 


“GeBe” foi preso em casa, na Vila Alpina, em Nova Lima, Região Metropolitana de BH, onde vive com os pais. Segundo o delegado Magno Machado, o influenciador não ofereceu resistência. Dois veículos importados, um Lamborghini e uma Porsche, avaliados em R$ 4 milhões, foram apreendidos, além de computadores e equipamentos eletrônicos.


 

No momento da prisão, GeBe estava na companhia de seu pai, que teria ficado nervoso, conforme relato de um dos investigadores. “O pai dele ficou desesperado. Questionou o porquê da prisão. Explicamos e ele parece ter ficado mais tranquilo. Nos passou a impressão de que já esperava por problemas com o filho, com sua atividade”.


Os crimes

Machado explica que as investigações sobre “GeBe” começaram no início do ano, quando a delegacia começou a receber denúncias sobre irregularidades na atividade do influencer.


“Nenhuma vítima compareceu à delegacia. Todas as denúncias chegaram via e-mail, pelo site da nossa delegacia. Todos estão identificados”, diz o delegado, ressaltando que as investigações estão apenas no começo. Caso “GeBe” seja indiciado, julgado e condenado por esses crimes, pode pegar uma pena entre 7 e 20 anos de reclusão.


 

Assim que o delegado tomou conhecimento, o Setor de Inteligência da Polícia Civil foi acionado e, assim, os delitos começaram a vir à tona. Descobriu-se, por exemplo, que o investigado obtinha lucros exorbitantes. “Ele recebia mais de R$ 1 milhão por mês”.


Magno Machado conta que o site utilizado por “GeBe” é hospedado em Curaçao, na América Central, e que os indícios são de que ele é apenas a "ponta de um iceberg", ou seja, apenas um integrante de um grupo criminoso. “Isso estamos investigando no mesmo momento, assim como o fato de que o influencer tenha um avião. Já apareceu com o veículo aéreo nas redes sociais”.


O delegado comenta que os jogos de azar, via internet, viraram mania em Belo Horizonte e Minas Gerais. “São sorteadas viagens aéreas para o exterior, carros, tem também o jogo do 'Tigrinho', tudo online”.


Descobriu-se nas investigações que “GeBe” se intitula o “número 1 dos jogos online na América Latina”. Além disso, a polícia acredita que são fortes os indícios de que ele integre uma quadrilha, pelo fato de nunca aparecer sozinho quando está online.


Machado conta, ainda, que alguns seguidores denunciaram que o que era prometido nas publicações do influencer não era cumprido. “Por exemplo, dizia que a cada R$ 100, 60% retornaria ao apostador. Mas na verdade, devolvia 0,23%, ou seja, R$ 0,23.


“Quem ganha é o influencer. O apostador é seu patrocinador. Isso quer dizer que ele tinha um salário em cima das apostas, de cada uma. Ele recebia do site e, na verdade, não era o dono da situação, mas sim o objeto do que pensamos ser um grupo de criminosos”, afirma o delegado.

 

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Vídeos

Os vídeos, segundo o policial Magno Madureira, são a prova maior da prática de crimes. “A ostentação é grande, por parte de “GeBe”. Por exemplo, ele aparece com uma máquina de contar dinheiro. Nesse vídeo, uma pessoa aparece lhe perguntando: “O que ele fez para ganhar tanto dinheiro?” Em resposta, “GeBe” diz que aquela máquina era sua lavanderia”. Em outro vídeo, segundo o delegado, GB faz menção à venda de drogas.


O acesso ao site e às publicações do influencer acontecem quando a pessoa link o mesmo. A partir daí, tem de se identificar e fazer um depósito. “Esse dinheiro não volta mais”, diz o dr. Magno.


Vida pregressa

Antes de ser influencer, “GeBe” se apresentava como funkeiro. “Ele disse que compunha e fazia apresentações desde os 16 anos”, conta o delegado. No entanto, na delegacia, não falou. Seu advogado compareceu e, segundo o policial, não emitiu uma só palavra.