Luciano Faria resgata Gavião Carcara que estava ao lado de museu, na Praça da Liberdade. -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)

Luciano Faria resgata Gavião Carcara que estava ao lado de museu, na Praça da Liberdade.

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press

Um visitante inesperado chamou a atenção de funcionários de um museu na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (1°/10). Um carcará, ave de rapina comum no Brasil, foi encontrado atordoado e incapaz de voar no gramado da instituição, e teve que ser resgatado pelos trabalhadores.


Luciano Faria, funcionário do museu, deparou-se com a cena ao chegar para trabalhar por volta das 8h30. Ao se aproximar do animal, percebeu que, em vez de voar, o carcará começou a correr, o que o deixou preocupado com a segurança do bicho. "Como é movimentado aqui, fiquei com medo de ele ir para a rua e ser atropelado ou atacado por cães na Praça da Liberdade", contou Luciano, que se lembra de casos de gatos atacados na região. 


Ele, então, com a ajuda de colegas, capturou o carcará usando um pano e o colocou em uma caixa. "Foi aí que percebi que era um filhote", conta, detalhando que reconheceu o animal pela plumagem e bico característicos.

 


Depois de resgatar o animal, Luciano tentou acionar o Corpo de Bombeiros, mas foi informado de que estavam ocupados devido às queimadas. Sem saber exatamente o que fazer, Luciano recorreu a uma colega bióloga que já havia trabalhado no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. Ela o orientou a levar o animal até a unidade no Bairro Cidade Jardim, também na Região Centro-Sul da capital, onde receberia os cuidados necessários.

 

 A ave não estava conseguindo voar

A ave não estava conseguindo voar

Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press.

 

Luciano, que se considera um curioso na área, mencionou que é possível ver outros carcarás voando pela Praça da Liberdade, e que talvez algum deles fosse o pai ou a mãe do filhote resgatado. "Aqui assim tão perto nunca tinha visto", disse ele, surpreso de encontrar o animal no local de trabalho.

 


O caso do carcará resgatado mostra que, apesar da convivência com a fauna silvestre ser comum, o conhecimento sobre como agir em situações como essa ainda é limitado e falta nas pessoas a habilidade para reconhecer um animal silvestre. Embora muitas vezes associado a áreas de cerrado e campos, o carcará tem se mostrado cada vez mais presente em ambientes urbanos.

 

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Luciano demonstra preocupação com o desprezo pela importância de espécies, como o carcará, no ecossistema. "Teve gente dizendo 'não pega, isso é pombo sujo'. Apesar de ser uma figura marcante e facilmente reconhecível, com sua plumagem escura e bico característico, as pessoas não sabiam o que era uma espécie silvestre. O que é um absurdo", relatou.