Maria da Glória Mameluque, a dona Glorinha,

Maria da Glória Mameluque, a dona Glorinha, "caloura" de Medicina aos 86 anos.

crédito: Luiz Ribeiro/DA Press

O compromisso com a informação de qualidade assegurou mais uma vitória ao Estado de Minas, que conquistou o primeiro lugar no 2º Prêmio Banco Mercantil de Jornalismo – categoria Mídia Online, promovido em nível nacional (capitais e regiões metropolitanas). Iniciativa do Banco Mercantil do Brasil, o concurso teve como tema “O valor da pessoa idosa” e mobilizou profissionais de todo país. A questão esteve em destaque nesta terça-feira, primeiro de outubro, Dia Internacional do Idoso.

 

 

O EM foi um dos grandes vencedores com a série de reportagens “A era de ouro da geração prateada”, de autoria do repórter Luiz Ribeiro, publicada em formato multimídia, em 26 e 27 de agosto passado.

 

Conforme os organizadores, a premiação deu visibilidade a temas importantes para a geração 50+ e buscou fomentar a produção de conteúdos que combatam o etarismo e promovam uma atitude mais positiva e respeitosa em relação aos idosos.

 

 

Foi na linha da inclusão que a série de reportagens “A era de ouro da geração prateada” mostrou que até mesmo os mais idosos podem se manter plenamente capacitados, autônomos e úteis.

 

O trabalho jornalístico documentou e mostrou vários exemplos de pessoas com mais de 80 anos que seguem a rotina de atividades diárias, reforçando a importância de combater o etarismo, além de provar que não existe limite de idade para realizar sonhos.


A série de reportagens revelou dados inéditos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que demonstram que o contingente de homens e mulheres da geração prateada cresceu nas últimas décadas. O censo demográfico de 2022 apontou que o Brasil alcançou 32,1 milhões de habitantes com 60 anos ou mais, quase 16% da população total do país.

 

 

Uma das integrantes da geração prateada é a escritora, advogada, aposentada e, aos 86 anos, caloura de medicina Maria da Glória Caxito Mameluque. Viúva e avó, dona Glorinha, como é carinhosamente conhecida, acaba de retornar à sala de aula para se tornar médica, após ser aprovada em primeiro lugar no vestibular da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) para vagas de graduação destinadas a candidatos com 60 anos ou mais.

 

Outro aspecto destacado é que a expectativa de vida no Brasil, que era de 65,7 anos em 1980, subiu para 75,5 anos em 2022, segundo o Censo do IBGE. O presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDPI), Raphael Castelo Branco salienta que, não só a longevidade, mas a qualidade de vida dos idosos também melhorou. “Acreditamos que, muitas vezes, as inovações, cuidados com a saúde, acesso a medicamentos e outras políticas públicas podem, de fato, contribuir para um ganho não só de autonomia, mas de protagonismo da pessoa idosa”, avalia.

 

Há uma tendência de envelhecimento da população brasileira, processo que deve se intensificar nos próximos anos, observa a geriatra Luciana Colares Maia, doutora em ciências da saúde. Ela salienta que o percentual de pessoas com anos ou mais que, segundo o Censo 2022 do IBGE é de 15,8%, deverá chegar a 30% em 2050. “As pessoas atualmente adultas serão idosas. Devemos nos preparar para isso”, afirma a especialista, coordenadora do Centro de Atenção ao Idoso do Hospital Universitário Clemente de Faria, da Universidade de Montes Claros (Unimontes).

 

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Envelhecimento sustentável

A população brasileira e mundial está envelhecendo, aumentando a expectativa de vida. Ao mesmo tempo, crescem os problemas enfrentados pelo planeta com as mudanças climáticas. Nesse cenário, é preciso que as pessoas tenham um “envelhecimento sustentável”, com garantia de qualidade de vida, avalia Luciana Maia. “O envelhecimento sustentável é aquele em que a pessoa envelhece, otimizando a sua habilidade funcional em todas as oportunidades para melhorar a capacidade física e mental, que é intrínseca”, afirma a geriatra.

 

Ela ressalta que as pessoas também devem se preocupar com a preservação da natureza e do planeta, para assegurar melhor qualidade de vida para elas próprias no futuro, quando alcançarem idades mais elevadas.

 

“É preciso garantir o envelhecimento com sustentabilidade, capaz de enfrentar os desafios das metas globais. A gente deve procurar, literalmente, envelhecer em um ambiente saudável, que é extremamente importante. Temos que nos preocupar com a saúde, com nossas prioridades, com a nossa casa, com o nosso nicho, mas também com o planeta”, afirma a especialista.



CONHEÇA OS DIREITOS SOCIAIS DA PESSOA IDOSA


  • Dignidade e respeito: Todos os idosos têm o direito a serem tratados com dignidade e respeito, sem discriminação por idade.


  • Saúde: Acesso a cuidados de saúde adequados e de qualidade, incluindo atenção médica, medicamentos e tratamento específico para condições relacionadas à idade.


  • Proteção contra abusos: Proteção contra abusos físicos, psicológicos, financeiros ou qualquer forma de violência.


  • Participação social: Oportunidades para participar da vida social, cultural e política da comunidade.


  • Assistência social: Acesso a programas de assistência social e benefícios, incluindo aposentadoria e pensões.


  • Habitação Adequada: Direito à moradia digna e segura.

 

  • Alimentação: Acesso a uma alimentação adequada e equilibrada.


  • Convivência familiar e comunitária: Manutenção dos laços familiares e comunitários, e apoio para uma vida independente.


  • Prioridade processual: Prioridade na tramitação de processos judiciais em que o idoso seja parte ou intervenha como testemunha.


  • Respeito à autonomia: O direito de tomar suas próprias decisões e exercer sua autonomia, desde que estejam em condições de fazê-lo.


Fonte: Estatuto do Idoso, Lei Federal 10.741, de 1 de outubro de 2003.