Pai da vítima afirmou que desde as agressões e o abuso sexual a criança tem recebido atendimento profissional mas que, mesmo assim, não está bem -  (crédito: TV Alterosa / Reprodução)

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o objetivo da reunião era "acolher as famílias que queriam saber sobre o ocorrido e quais providências foram tomadas."

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A Escola Municipal Eloy Heraldo Lima, no Bairro Vale do Jatobá, Região do Barreiro, onde uma criança de 11 anos teria sido estuprada e espancada por colegas de 11 e 12 anos, fez duas reuniões com pais de alunos. Uma na tarde dessa terça-feira (1/10) e outra na manhã desta quarta-feira (2/10). Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o objetivo era “acolher as famílias que queriam saber sobre o ocorrido e quais providências foram tomadas.”

 


A família da vítima, porém, não foi avisada de nenhum dos dois encontros. Em entrevista ao Estado de Minas, Carla Rodrigues, advogada da família do menino, disse que ficou sabendo do encontro de ontem por pais e mães de outras crianças que estudam na instituição de ensino.

 

“Vizinhos, mães e pais de outras crianças que estudam na escola é que receberam a convocação da reunião e me mandaram esse comunicado. Eu avisei a família que não estava sabendo de nada, nem da reunião de ontem à tarde, nem da de hoje de manhã”, afirma.

 

Diante da situação, a advogada orientou a irmã mais velha da criança a comparecer à reunião dessa manhã. O pai do menino também esteve presente. Segundo a advogada, a presença dos dois teria sido questionada pela escola. Em um primeiro momento, eles teriam sido impedidos de participar, porém a irmã insistiu em permanecer no local, para saber o que seria tratado no encontro. Ainda de acordo com a advogada, a impressão da irmã é que o assunto mudou diante da presença da família da vítima e o caso não foi mencionado. 

 


Sem resposta


Carla Rodrigues ressaltou que, até o momento, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) não respondeu aos seus pedidos para uma reunião. Na sexta-feira (27/9), ela esteve na escola e se reuniu com a direção da instituição de ensino. Na ocasião, afirmou que a Smed não tinha entrado em contato com a família para esclarecer os fatos. A situação permanece a mesma desde então. 


A advogada disse que solicitou uma reunião com o setor jurídico da PBH e outra com a Smed, mas até agora não obteve retorno. “Ninguém conversa comigo. A defesa, até esse exato momento, não foi procurada pela secretaria.”

 


Ela destacou que o inquérito ainda está em fase inicial, mas espera a conclusão para que a família se manifeste a respeito do caso.


Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou as reuniões com pais de alunos que estudam no turno da tarde ontem e dos estudantes da manhã nesta quarta-feira. Afirmou que o objetivo era “acolher as famílias que queriam saber sobre o ocorrido e quais providências foram tomadas.”


Disse ainda que as reuniões com a comunidade escolar “tiveram a finalidade de fortalecer as famílias em relação ao sentimento de pertencimento do ambiente escolar e para que elas se sentissem mais seguras.”

 

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A Smed confirmou ainda a presença da irmã e pai da vítima na reunião de hoje. Mas não esclareceu o motivo da família não ter sido comunicada do encontro. “Vale ressaltar que todo o contato referente ao caso tem sido feito diretamente com a família do aluno. Contudo, na sexta-feira (27/10) a diretora da escola também se reuniu com a advogada”, concluiu a pasta.