O fundo e as rachaduras características da seca aparentes ilustram a estiagem que atinge Sete Lagoas -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press. Brasil. MG)

O fundo e as rachaduras características da seca aparentes ilustram a estiagem que atinge Sete Lagoas

crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press. Brasil. MG

A Lagoa Boa Vista, uma das sete que dão nome ao município localizado na Região Central de Minas, está com o nível de água mais baixo. Com o fundo e as rachaduras características da seca aparentes em algumas partes, o cenário ilustra a estiagem que atinge Sete Lagoas. No entanto, a prefeitura diz que o nível não chega a ser alarmante e informa que a água da lagoa não é utilizada para abastecimento da população. 

 


O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) considera que a última vez que choveu em Sete Lagoas foi em abril deste ano. O Executivo municipal atribui o esvaziamento da lagoa a essa estiagem, que “faz com que a evaporação da água nesses locais seja maior que a reposição natural das nascentes que abastecem as lagoas, fenômeno observado não apenas em Sete Lagoas, como também em toda a Região Sudeste do país”.

 


Apesar do rebaixamento d’água, a prefeitura diz que não há conhecimento de mortandade de peixes e outros animais. Além disso, o abastecimento do município não é afetado porque “é feito 60% pela captação e tratamento de água do Rio das Velhas e 40% por meio de poços subterrâneos profundos”.

 

A água da lagoa Boa Vista não é utilizada para abastecimento da população.

A água da lagoa Boa Vista não é utilizada para abastecimento da população.

Leandro Couri/EM/D.A.Press. Brasil. MG


A prefeitura afirma também que outras três das setes lagoas estão sendo afetadas pela seca: Paulino, Catarina e Cercadinho.


Impacto na população


“É um lugar turístico, de caminhada, de fazer shows. Todo mundo vem fazer caminhada, cedo e até de noite. E aí vê a lagoa tão ‘desdeixada’ como está”, diz o motorista e natural de Sete Lagoas Joaquim Pereira dos Santos, de 71 anos. 

 


Ele afirma que em outras épocas houve uma seca alarmante como essa. Em 2014, o funcionamento dos pedalinhos da Lagoa Boa Vista teve que ser suspenso devido ao baixo nível de água. 


Na época, ao Estado de Minas, o engenheiro ambientalista Bernardo Marques, que trabalhou no setor de prevenção, emergências ambientais e eventos críticos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semad), afirmou que toda a parte viva das lagoas, tanto a fauna quanto a flora, sofre com elas secando. “Isso provoca o desequilíbrio ecológico que pode ser disseminado em uma série de situações. Se você tem uma planta que depende da água para sobrevivência, ou a fauna bentônica, que está alojada abaixo do nível da água, automaticamente ela vai estar fora d’água, o que não é uma condição natural para a existência desse organismo”, explica.

 


Diante do esvaziamento deste ano, Gilmar de Paula, servente de pedreiro e pescador de 33 anos, relata que os peixes estão morrendo. Além da seca, ele associa a dificuldade recente para pescar com a poluição da lagoa. 

 

Gilmar de Paula conta a dificuldade que está tendo para pescar

Gilmar de Paula conta a dificuldade que está tendo para pescar

Leandro Couri/EM/D.A.Press. Brasil. MG


Para Laura Cristina, que trabalha em uma academia no entorno da Boa Vista, o principal impacto não é a seca da lagoa em si, mas sim os causadores: o calor e a falta de chuva. “À tarde, fica um tempo muito seco. Tem gente que passa mal, abaixa a pressão”, conta a jovem de 20 anos.

 


Ela afirma que é perceptível, mas de forma não expressiva, a diminuição da umidade no entorno da lagoa com esvaziamento. Laura também diz que para ela o visual não foi muito impactado, especialmente pela beleza do verde das árvores ao redor. Além disso, ela acredita que diante do calor e da falta de chuva, a aparência fica em segundo plano.

 

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*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata