Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Governo de Minas lançam o projeto

Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Governo de Minas lançam o projeto "Com Viver", que tem como objetivo propor ações e estratégias de prevenção e resposta para a violência

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o governo estadual lançaram, nesta quinta-feira (3/10), o projeto "Com Viver", com objetivo de propor ações e estratégias integradas de prevenção e resposta para as diferentes formas de violência no ambiente escolar. O intuito é qualificar os profissionais da educação das redes de ensino do estado, a fim de identificar sinais precoces de possíveis ataques nesses ambientes.


 

O lançamento aconteceu na Procuradoria-Geral de Justiça e contou com a presença do procurador-geral do Estado, Jarbas Soares Júnior; do vice-governador de Minas, Mateus Simões; dos secretários de Estado de Educação, Igor de Alvarenga; e de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco; e da coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Educação (Caoeduc), a promotora de Justiça Ana Carolina Zambom.


 

A ação foi pensada em duas etapas. A primeira aconteceu entre 23 e 27 de setembro presencialmente e consistiu na formação dos professores, por meio da Academia Estadual de Segurança Pública, explicou Ana Carolina Zambom. “A violência escolar não possui fronteiras. Muros e portões não são capazes de impedi-la. Por isso, esse projeto foi pensado para que qualquer profissional de educação, seja da rede pública, estadual ou privada, possa ter acesso a um conteúdo interinstitucional, focado em ações concretas para quem está nas escolas”, comentou a promotora.

 

 

 

Participaram da capacitação 20 professores da escola de formação e desenvolvimento de educadores e representantes dos Núcleos de Acolhimento Educacional (Naes) e de Superintendências Regionais de Ensino da região metropolitana. O intuito é que os docentes se tornem multiplicadores, para que na segunda fase possam replicar os conhecimentos para o resto do campo escolar. 


 

O vice-governador afirmou que o esforço visa garantir que “a discriminação, o preconceito e o ódio sejam afastados da realidade. Temos que ser intolerantes com a intolerância, e para isso precisamos de mecanismos educativos que capacitem os professores. Para garantir que eles observem, identifiquem comportamentos de risco e consigam atuar de forma efetiva para revertê-los. São eles que estão dentro da sala de aula com nossos alunos”, ressaltou Simões.  


 

Jarbas Soares destacou a função do MPMG em promover, por meio de suas ações, ajustes para uma educação de qualidade. “O projeto une forças com os órgãos mineiros no sentido de enfrentar essa chaga que atinge o mundo todo. Práticas de violência não podem ser toleradas no estado”, disse ele.


 

Análise de perfil

Andreza Neres, professora da Escola de Formação, passou pela semana de estudo para conhecer as formas de prevenção contra possíveis ataques. “Passamos por um treinamento com conteúdos que nos colocaram a par do que torna um aluno um provável agressor em uma escola. Todos nós fomos preparados para que possamos passar para os profissionais da rede de ensino essa capacitação”, afirmou.

 

 

Na foto, a professora da Escola de Formação

Na foto, a professora da Escola de Formação

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

 

Ela explica que o projeto visa prevenir e observar o perfil dos alunos. “Normalmente é um estudante mais quieto, às vezes é vítima de bullying. Muitos acham que o aluno bagunceiro é mais propício a isso, mas é o oposto. O perfil é aquele que fica mais calado, que demonstra estar sofrendo algo, mas não compartilha”, conta Andreza. Há 24 anos atuando como professora na rede pública, a professora afirma também que o cenário é alarmante e que durante a fase de formação foi constatado que a maioria dos ataques acontece entre jovens de 12 a 17 anos.

 

 

Além disso, Andreza diz que é comum esses alunos acessarem as redes sociais, onde encontram um campo gigantesco de possibilidades. “Eles podem encontrar comunidades de apoio, sem os pais saberem. Ali ele vai se conhecendo e tendo um suporte para os ataques. Hoje, o acesso à internet é muito fácil, os jovens estão muito expostos e vulneráveis”, lamenta. 


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Na cerimônia foi assinada a resolução que cria o "Com Viver" e foram entregues certificados aos representantes de grupos que participaram da formação. “Essa é mais uma ferramenta para enfrentar esse problema social”, comemorou o secretário da educação, Igor de Alvarenga. Na sequência, a professora Mayara de Carvalho Siqueira ministrou a palestra "Com Viver: caminhos para escolas seguras", e conduziu o encerramento.


 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa