Bombeiros observam o resgate dos corpos dos colegas mortos -  (crédito: Leandro Couri)

Bombeiros observam o resgate dos corpos dos colegas mortos

crédito: Leandro Couri

A queda do helicóptero Arcanjo 04, do Corpo dos Bombeiros Militar de Minas Gerais, após a colisão com a Serra de Ouro Preto, na Região Central do estado, é o primeiro acidente aéreo com morte da corporação em Minas. Quatro militares morreram na tragédia, além de dois civis, um médico e um enfermeiro do SAMU, todos estavam a bordo da aeronave. 

 


 

De acordo com a Defesa Civil de Ouro Preto, o voo foi atrapalhado pelo nevoeiro que cobria o local, e o helicóptero colidiu com o paredão rochoso, a cerca de 25 metros do pico. O local do acidente é íngreme,  e o trabalho de retirada dos seis corpos foi feito por meio de cordas e técnicas de montanhismo e rapel. A operação deve continuar, com o recolhimento dos destroços, que ficaram espalhados em um raio de 100 metros de distância do local do acidente. 

 


A aeronave estava em Ouro Preto para os trabalhos após a queda de um avião monomotor e se preparava para voltar para Belo Horizonte. O equipamento estava em boa condição para operação e com manutenção em dia.

 

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Segundo o porta-voz da corporação, tenente Henrique Barcellos,  os bombeiros empenhados na operação possuíam experiência suficiente para operar em condições climáticas severas. O Arcanjo também possuía condições para esse tipo de operação. 



"As aeronaves que fazem voos de segurança pública possuem autorização para operar em condições severas. Os nossos pilotos são plenamente capazes. Inclusive, o comandante dessa aeronave tem experiência na operação Brumadinho, uma operação de busca e salvamento que já dura mais de cinco anos com diversas ações aéreas. Certamente ele tomou uma decisão pautada na experiência e na segurança que tinha de momento", afirmou.


A aeronave era pilotada pelo capitão Wilker, que trabalhou em Brumadinho com operações aéreas. Os outros militares, tenente Victor, sargento Gabriel, e sargento Wellerson, trabalharam nas buscas terrestres na tragédia da barragem. 

 

 

Outros mortos

Além dos militares, também morreram dois civis: o médico Rodrigo Trindade e o enfermeiro do SAMU Bruno Sudário. Leandro Ferreira da Silva, coordenador operacional da OuroTrans, era amigo pessoal e ex-colega de faculdade de Bruno. Ele esteve com o enfermeiro momentos antes da colisão.


“Estávamos no apoio da queda da aeronave ontem, por volta das 15h, e também a aeronave do CBMMG, em apoio ao ocorrido. Estive momentos antes, talvez 10 minutos antes, conversando com um grande amigo, que é o Bruno Sudário, que estava na aeronave. Despedi dele com poucas palavras, que para mim foram muito ricas, e logo depois que eu desloquei para Itabirito, para buscar um material, eu vi que a aeronave tinha decolado. E logo depois ficamos sabendo da tragédia”, narrou, acrescentando que a decolagem aparentou ter sido tranquila. O grande problema, segundo Leandro, teria sido a baixa visibilidade causada pela neblina. 


“Grande profissional, amigo, estudamos juntos, fizemos Enfermagem juntos. Um camarada que vale ouro, deixou um grande legado e uma história linda por onde passou. A gente conversou por poucos minutos, marcamos um pedal e de encontrar a família. Mas infelizmente essa tragédia aconteceu”, lamentou. 




Rodrigo Trindade era médico e atuava na UPA Ressaca, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Centro-Oeste Mineiro (CIS-URG Oeste) divulgou uma nota, lamentando a morte dos dois profissionais de saúde. Confira:


“Com profundo pesar comunicamos o falecimento do médico Marcos Rodrigo Marques Trindade e do enfermeiro Bruno Sudário França, colaboradores do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste para Gerenciamento dos Serviços de Urgência e Emergência (CIS-URG Oeste/SAMU), que atuavam no Suporte Aéreo Avançado de Vida (SAAV). Os profissionais estavam no helicóptero Arcanjo 04 que se acidentou em Ouro Preto, na sexta-feira, 11 de outubro.


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O presidente do CIS-URG e prefeito de Itaguara, Geraldo Donizete de Lima (Chumbinho), juntamente com o secretário executivo José Marcio Zanardi e funcionários, lamentam esta perda e desejam que os familiares e amigos sejam confortados neste momento de dor. Solidarizam também com o Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais pela perda dos quatro militares que tripulavam a aeronave.”