Há outras 24 pessoas sendo acompanhadas por terem tido contato com os infectados -  (crédito: CDC/Divulgacao. )

Há outras 24 pessoas sendo acompanhadas por terem tido contato com os infectados

crédito: CDC/Divulgacao.

A ocorrência de dois novos casos de Candida auris, conhecido como superfungo, foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Fundação Ezequiel Dias (Funed) nesta segunda-feira (14/10). A informação foi dada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Com esses dois episódios, o total de casos na capital mineira chega a três.

 


Dos três infectados, dois já tiveram alta: um em 20 de setembro, e o outro, em 2 de outubro. O terceiro paciente permanece internado no Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul de BH.

 

 

Além dos confirmados, há 22 pacientes monitorados na unidade e aguardando os resultados dos exames. Todos os casos são assintomáticos.

 

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a investigação dos casos está sendo feita pelo Hospital João XXIII, de gestão da Fhemig, com acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

 


A Fundação Hospitalar informou que, para lidar com o fungo que tem alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele, "o Hospital João XXIII tomou todas as medidas de controle e manejo necessárias para proteção dos demais pacientes e profissionais da unidade, como higienização das mãos, medidas de precaução de contato (uso de luvas e avental) dos casos suspeitos e testes para detecção de novos casos".


A SES-MG também afirmou que monitora os casos suspeitos de infecção pelo fungo Candida auris desde o ano de 2021, quando o primeiro caso foi confirmado no país. Desde então, foram notificados 129 casos em Minas, sendo três confirmados.

 

'Superfungo'

 

Conhecido como “superfungo”, o Candida auris traz preocupações por sua disseminação e resistência aos medicamentos antifúngicos. Ele pode ser transmitido de pessoa para pessoa, por contato em superfícies contaminadas ou até com os fluidos biológicos de pacientes infectados ou colonizados. 

 

 

Um dos pontos de alerta sobre o fungo é que ele pode permanecer no ambiente por longos períodos, podendo chegar a meses, e é resistente a diversos tipos de desinfetantes e mesmo a temperaturas elevadas.

 

Segundo a Anvisa, o Candida auris pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades. Dentre os sintomas estão febre, calafrios e dores, podendo levar à morte.

 

 

O fungo pode sobreviver na pele ou nas mucosas de um indivíduo sadio sem causar problemas à saúde e, por isso, pode ser levado de um lugar diferente para o hospital. Pessoas hospitalizadas por razões distintas podem ter contato com o microrganismo e serem infectadas, já que estão com o sistema imunológico fragilizado e expostas a antibióticos e procedimentos médicos invasivos.

 

A utilização de dispositivos médicos permanentes que perfuram a pele, como cateteres venosos centrais, pode ser porta de entrada para o fungo na corrente sanguínea. Uma vez no sangue, é comum que se dissemine para outros órgãos e cause candidíase invasiva, ou seja, uma infecção generalizada. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, a taxa de mortalidade da candidíase invasiva varia de 29% a 53%.

 

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No entanto, muitos dos infectados são assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico. Segundo o infectologista Carlos Starling, por não apresentar sintomas evidentes, a detecção acontece de forma ocasional, quando o paciente está dentro do contexto hospitalar, internado, seja qual for o motivo. Ele explica que o diagnóstico pode acontecer quando o paciente é submetido a um exame com coleta de material por uma infecção qualquer.


*Estagiária sob supervisão dos subeditores Gabriel Felice e Thiago Prata