Um casal foi preso na manhã desta segunda-feira (14/10) em Muriaé, na Zona da Mata mineira, suspeito de arquitetar a morte do caseiro de um sítio, registrada, inicialmente, como sendo acidental - a vítima teria caído de uma cachoeira. No entanto, investigação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) aponta que ele foi morto como parte de um plano para tomar parte do espólio do sítio.
De acordo com o delegado Glaydson Ferreira, especializado em homicídios, a morte do caseiro teria sido um “objetivo indireto” dos planos do casal, formado por um homem de 43 anos e uma mulher de 31. “Eles queriam matar, na verdade, uma mulher que é inventariante do espólio deixado por um radialista conhecido na cidade, que morreu ano passado”, explica.
Esta inventariante era companheira do caseiro, que, por sua vez, era herdeiro de parte das propriedades deixadas pelo radialista - e que inclui o sítio. Outra pessoa que seria beneficiada pela herança é o filho da mandante do homicídio, fruto de um relacionamento com o radialista. Os investigadores acreditam que o casal pretendia fazer com que o filho da suspeita recebesse a maior parte da herança, já que, caso o plano fosse bem-sucedido, ele dividiria os bens apenas com outro meio-irmão.
Dinâmica do crime
As investigações da Polícia Civil descobriram que o caseiro morreu com um tiro na nuca, e não com uma queda da cachoeira, que foi a suspeita inicial. Os disparos teriam sido efetuados por dois adolescentes – um deles filho do suspeito, apontado como mandante do crime junto da mulher.
“Como era o dia que ela [inventariante] iria comparecer ao sítio, eles se deslocaram com os dois adolescentes para esse local e primeiro mataram o caseiro. Eles aguardaram por mais uma hora, e, no entanto, essa mulher não chegou”, relata o delegado Glaydson.
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A investigação aponta que, devido à inventariante não ter comparecido ao sítio, os supostos mandantes e os adolescentes foram ao bairro onde ela mora e a aguardaram. Após esperar por cerca de três minutos em frente a uma residência que ela frequenta, o grupo se deslocou a um shopping da cidade na tentativa de criar um álibi. A defesa foi desmentida pelos investigadores, que identificaram os envolvidos chegando ao shopping às 9h30, sendo que os disparos teriam sido por volta das 5h30.
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O casal, apontado como mandante do crime, foi preso temporariamente e encaminhado para o sistema prisional. Os adolescentes, por sua vez, serão alvo de um procedimento específico e serão colocados à disposição da Justiça.