A Marinha do Brasil vai liderar exercícios militares no Lago de Furnas, em Minas Gerais, com a presença de militares de 13 nações amigas. A operação vai acontecer a partir desta quinta-feira (16/10) e vai até domingo (20/10), contando com a participação de mais de mil fuzileiros navais, além de agentes de instituições brasileiras, como a Polícia Militar, Defesa Civil, Cruz Vermelha, Corpo de Bombeiros, Ibama e outros. Vão estar presentes representantes da Alemanha, Argentina, Camarões, China, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Espanha, França, Itália, México, Nigéria, Países Baixos e Peru.
Os representantes das chamadas “nações amigas” irão participar dos treinamentos como observadores. Conforme o encarregado da Comunicação Estratégica da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), Capitão de Corveta (Fuzileiro Naval) Raphael do Couto Pereira, esse intercâmbio é importante para aumentar a troca de conhecimento entre os países.
“Eles vêm aqui ver como a gente está elaborando os recursos, veem a nossa capacidade expedicionária e isso gera uma grande troca de conhecimento. E essa troca de experiências, ela também favorece a gente, no futuro, para ‘falarmos uma mesma língua’. Principalmente, em caso de uma operação conjunta”, detalha Pereira.
Além da presença de representantes de outros países, um dos treinamentos realizados contará com a participação de representantes de instituições brasileiras. O objetivo é melhorar a cooperação entre as agências brasileiras em, por exemplo, situações de ajuda humanitária, como no Rio Grande do Sul, no início deste ano.
“Para o workshop relacionado à Cooperação de Defesa Civil mais de 20 agências foram convidadas aqui da região de Minas Gerais e do Brasil. Ao final do workshop, será realizada uma simulação justamente dessa parte de cooperação de defesa civil. Com esse treinamento, nós queremos compartilhar as experiências que a gente adquiriu lá no Rio Grande do Sul, na Operação Taquari e em outras operações que a Marinha no Brasil tem participado junto com diversos órgãos aí, não só do Estado de Minas, mas também no Estado do Rio de Janeiro. Com isso, vamos ter uma grande troca de experiências entre as agências. Então, a gente consegue otimizar a coordenação em caso de uma situação de desastres”, ressalta o encarregado da Comunicação Estratégica da Força de Fuzileiros da Esquadra.
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Ao todo, as operações serão divididas em três grandes pilares: o Workshop Interagências de Cooperação com a Defesa Civil, as Operações Ribeirinhas e o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Força de Paz de Reação Rápida. Conforme Raphael Couto Pereira, a operação ribeirinha é característica de águas interiores, o que ressalta a importância da Lago de Furnas, também chamado de 'Mar de Minas'.
“A importância estratégica do Mar de Minas, não só pelo posicionamento dele, mas pelo volume de água, que tem quatro vezes o volume de água da Baía de Guanabara, então ele tem uma importância estratégica enorme, é uma área que a gente consegue simular todas as valências necessárias de uma operação ribeirinha. Em todos os domínios, seja na água, no ar, na terra, então a gente consegue fazer a projeção, defesa de uma área ribeirinha, projeção do rio para a terra”, detalha.
Outra frente de treinamento é a capacitação do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Força de Paz de Reação Rápida. A força de paz e reação rápida pode atuar em ações de paz em outros lugares do mundo. A força expedicionária da Marinha brasileira tem nível 3 de prontidão, que é o grau máximo concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Conforme o encarregado da FFE, isso significa que a força expedicionária tem capacidade de atuar com rapidez e em qualquer lugar do mundo, independentemente da distância com a base.
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*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice