Na foto, a cachorrinha Mel, que morreu aos 12 anos por câncer de mama -  (crédito: Arquivo Pessoal)

Na foto, a cachorrinha Mel, que morreu aos 12 anos por câncer de mama

crédito: Arquivo Pessoal

Outubro é tradicionalmente colorido de rosa em campanhas de conscientização sobre o câncer de mama em mulheres. A cor, no entanto, vai além e serve de alerta também para os tutores de pets. Neste mês, o Laboratório de Patologia Comparada (LPC) do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) promove o Outubro Rosa Pet, evento dedicado à prevenção e ao diagnóstico precoce da neoplasia mamária em animais.

  

Idealizada pelo professor Geovanni Cassali, coordenador do LPC, a ação acontece no próximo sábado (19/10). Os animais serão examinados em universidades mineiras e de dois outros estados, e seus tutores receberão orientações sobre a apalpação das mamas de seus pets, prática fundamental para a detecção precoce do câncer. Além disso, a campanha oferecerá encaminhamento para as pacientes no Complexo Público Veterinário (Anclivepa Minas) para tutores de baixa renda que residem na capital mineira e, para os moradores da Região Metropolitana, oferecerá tratamento na Superintendência de Proteção Animal (Sepa). 

 

Fêmeas adultas

De acordo com Stella Habib Moreira, médica oncologista responsável pelo Centro Oncológico Veterinário de Belo Horizonte (COV-BH), as cadelas e gatas são os animais de companhia mais propensos ao desenvolvimento de câncer de mama. O tipo mais comum é a neoplasia mamária, o crescimento irregular de células no tecido mamário dos animais, seguida dos tumores cutâneos. A incidência geralmente é maior nas fêmeas adultas entre 7 a 12 anos. 

 

 

Geovanni Cassali atua no Laboratório de Patologia, onde realiza atividades de pesquisa envolvendo análises tumorais, e afirma que as neoplasias mamárias correspondem de 50% a 70% dos casos em cadelas. “Nas gatas, os tumores das glândulas mamárias são o terceiro tipo mais comum, sendo que mais de 80% desses são malignos”, declara.

 

Sintomas e tratamento

Stella Moreira explica que os principais sintomas a serem identificados no animal são o aumento de volume das mamas, seja de forma única ou múltipla, além de nódulos que podem ser macios ou firmes, secreção, inflamação e vermelhidão. Também vale observar a lambedura do local pela paciente. 

 

Caso os sinais sejam identificados, o ideal é encaminhar para uma avaliação clínica e realizar exames de imagem. Em caso de diagnóstico positivo, o tratamento se dá por mastectomia regional ou radical, ou seja, remoção cirúrgica. “A partir da análise do material coletado podemos indicar ou não a quimioterapia, como forma de controle da doença e sempre visando qualidade da paciente”, comenta a veterinária.

 

Formas de prevenção

Entre as melhores formas de prevenir o câncer de mama nos pets, está a castração, recomendada entre o segundo e terceiro cio nas cadelas, conforme explica Stella Habib. “Quando castrada até o terceiro cio, a cadela apresenta uma menor probabilidade de desenvolver o tumor. Em gatas, a redução de chances é de  91%”, reforça Cassali. 

 

 

O exame periódico de palpação deve ser feito semanalmente como forma de identificar e visualizar os nódulos. “O animal é colocado de barriga para cima de modo que seja possível examinar  todas as mamas, verificando a presença  de nódulos ou qualquer aumento de volume”, descreve o professor.

 

Perda para a doença

No final do ano passado, Dhara Serpa, de 21 anos, perdeu a cachorrinha para o câncer de mama. Mel tinha por volta dos 12 anos e não era castrada. A tutora começou a perceber a diferença no comportamento do animal, que era sempre muito ativo e animado. “Notei que ela estava estranha, mancando muito, não queria passear por muito tempo, ficava cansada dando a volta no quarteirão”, relembra. Foi quando constatou o crescimento de um caroço na barriga da cadela.

 

Mel foi levada ao veterinário, mas o estágio do tumor já estava avançado e, pela idade, foi sugerido que fizesse a castração. “Ela já estava cheia de nódulos, cresceu muito rápido. A sugestão foi castrar para ver se diminuía, já que a cirurgia de remoção era arriscada”, afirma Dhara. 

 

Após a castração, a tutora conta que o tumor diminuiu e Mel ficou bem. No entanto, dois meses depois, a cachorra voltou a piorar. “Nesse período, estava com viagem marcada e a Mel ficou com meu pai. Durante a viagem ele ligou para minha mãe contando que ela precisou fazer uma cirurgia de emergência para retirar os tumores, mas não resistiu à anestesia e morreu”, lamenta. 

 

Dhara destaca a importância de movimentos como o Outubro Rosa Pet. “É muito importante esse movimento. Castrar faz toda a diferença, então, tudo que pudermos fazer para prevenir é bom”, conclui ela. 

 

Serviço

Outubro Rosa Pet

Das 9h às 14h


Onde levar seu pet para exames:

* UNIBH: Complexo Médico Veterinário. Rua Líbero Leone, 259- Buritis

* UFMG: Hospital Veterinário. Avenida Carlos Luz, 5162 - Pampulha

* Puc Minas Lourdes: Rua São Tomás de Aquino, 487, 2? piso - Vila Maricy.

* Newton: Rua Marechal Foch,  15, Grajaú

* UNA Barreiro: Av. Afonso Vaz de Melo 465 - Barreiro

* UNA Linha Verde: Avenida Cristiano Machado, 11.157, Vila Suzana

* Puc Minas Betim: Praça do Encontro - Entre Av. Edméia Matos Lazaroti e Av. Juiz Marco Túlio Isaac.

* UNA Contagem: Av. Maria da Glória Rocha, 175  Bitacula, Contagem

* Unipac Lafaiete: Rodovia MG 482 Gigante - Conselheiro Lafaiete (MG)

* Unifemm: Av. Marechal Castelo Branco, 2765 - Santo Antônio, Sete Lagoas (MG)


Outros estados

* UECE - PSF Tauazinho - Tauá (CE)
* Lessie Análises Veterinárias - Parque Diamante - Capivari de Baixo (SC) - Domingo (10/10)

 

*Estagiária sob supervisão da editora Vera Schmitz