Natural de Belo Horizonte, Bruno Jardim de Miranda Zoffoli, de 43 anos, era um mergulhador aventureiro, segundo amigos. O mineiro realizava um mergulho em Fernando de Noronha, em Pernambuco, quando sofreu a doença de compressão nessa terça-feira (15/10). Zoffoli estava na ilha em uma viagem a passeio com amigos e família.
De acordo com colegas, Bruno foi secretário de obras em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e frequentava uma escola de mergulho na capital mineira. Ele deixa duas filhas e esposa.
Em agosto deste ano, ele participou de um curso de aprimoramento técnico em mergulho e há três semanas participou de um simulado, no qual alunos descomprimem com oxigênio em profundidades fazendo pausas respirando ar para reduzir o risco de convulsões por toxicidade de oxigênio no sistema nervoso central. Conforme informações da escola de mergulho que Zoffoli frequentava, o mineiro era um mergulhador experiente e tinha mais de 20 certificações.
Segundo a escola de mergulho, as “quebras de ar”, ensinadas por eles, são recomendadas a cada 20 a 25 minutos de descompressão, com uma pausa de cinco minutos no ar. Em cronogramas acelerados, esses cinco minutos não contam como tempo de descompressão, mas ajudam a tornar o processo mais seguro e conservador.
Nas redes sociais, um amigo do mergulhador lamentou a morte e reforçou o quanto o mergulhador era uma boa companhia. Segundo Cristiano Pereira, Bruno deixa duas filhas pequenas, esposa e “saudades a todos que por algum momento na vida tiveram a oportunidade de estar com ele”.
“Para quem teve a oportunidade e prazer em conhecê-lo, sabe do camarada ponta firme que era, pai, amigo, companheiro de todas as horas! Uma pessoa do bem e de humanidade ímpar. Bruno era um camarada aventureiro e de bem com a vida e todos, onde chegava deixava seu sorriso, às vezes uma "gozação" e sempre a alegria com todos!”, disse.
Morte
O belo-horizontino fez um mergulho autônomo com uso do cilindro em uma área a 62 metros de profundidade, no navio militar naufragado Corveta Ipiranga, um dos principais pontos da ilha para a prática.
De acordo com a equipe médica, Bruno morreu por doença descompressiva. Ele chegou a dar entrada em um hospital com “sintomas respiratórios e rebaixamento de consciência”. O turista foi submetido à terapia hiperbárica, na qual o paciente respira oxigênio puro numa câmara com pressão duas ou três vezes superior à atmosfera. Depois do tratamento, o turista teve uma melhora no quadro clínico, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória.
“Após algumas horas do tratamento, o paciente apresentou melhora clínica dos sintomas, porém, posteriormente, evoluiu com parada cardiorrespiratória (PCR), não havendo sucesso após procedimentos de reanimação por cerca de 1 hora e 30 minutos”, conclui a nota.