Região da Savassi vai receber 24 policiais da cavalaria da Polícia Militar, que vão reforçar o patrulhamento na área para dar mais tranquilidade a moradores, clientes e lojistas -  (crédito: Gladstone Rodrigues/EM/D.A Press)

Região da Savassi vai receber 24 policiais da cavalaria da Polícia Militar, que vão reforçar o patrulhamento na área para dar mais tranquilidade a moradores, clientes e lojistas

crédito: Gladstone Rodrigues/EM/D.A Press

O policiamento nas ruas da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, recebeu, nesta segunda-feira (21/10), o reforço de 24 unidades da cavalaria da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), dedicadas exclusivamente aos trabalhos na região. A iniciativa faz parte da Operação Esquadrão Contorno, que também inclui ampliação do patrulhamento com veículos, e tem o objetivo de aumentar a sensação de segurança entre comerciantes e frequentadores do bairro.

 

 

Militares do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM), responsáveis pelo policiamento na área, explicam que a operação tem caráter preventivo e repressivo, e foi pensada devido ao aumento no fluxo de pessoas na Savassi no final do ano.


Relatos colhidos pela reportagem são de que os furtos, especialmente de celulares, são corriqueiros, e ocorrem em plena luz do dia. Os depoimentos refletem uma percepção de insegurança entre as pessoas que frequentam diariamente a Savassi.

 

Essa visão vai de encontro aos registros da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que mostram uma queda de 11,95% nos furtos de transeuntes e comércios em Belo Horizonte de janeiro a setembro deste ano em comparação ao mesmo período de 2022.

 


“A gente não tem muita sensação de segurança porque é muito raro ver ação policial aqui”. O relato é de Talita Oliveira, de 21 anos, que trabalha em um escritório na Savassi e costuma frequentar o bairro a lazer. “Na semana passada mesmo teve até um assalto na rua ali de cima”, disse, apontando para a Rua Paraíba, que margeia dois dos quarteirões fechados da Praça da Savassi.


Estratégia

A tenente Blenda Rodrigues Amaral, comandante do setor Savassi do 1º BPM, explica que a ampliação no patrulhamento preventivo do entorno irá coibir a ação dos criminosos e dará mais percepção de segurança na região. O reforço envolve 24 cavalos divididos em trios, viaturas, cinco motocicletas e apoio do tático móvel. “Nós estaremos aqui para prevenir e mostrar presença policial na região, a fim de fazer com que o criminoso não venha para cá e não ache que aqui é um bom local para o crime”, explica.


Segundo a militar, a Operação Esquadrão Contorno se estenderá até o começo da noite nos dias que o movimento dos bares for reduzido. “Porém, nos finais de semana, nós estendemos essas operações até a madrugada, com a finalidade de trazer uma maior sensação de segurança para aqueles que vêm frequentar a região boêmia”, ressalta.


O comandante da 4ª Companhia do 1º BPM, major Salgado, explica que a estratégia adotada na operação é a de ocupar espaços, o que será feito com o reforço no efetivo de policiais da região. “Essa iniciativa visa interagir as outras unidades para reforçar o policiamento, principalmente agora no final de ano com as datas festivas. É ajudar e proteger o cidadão que quiser vir à região central a fazer suas compras de maneira mais segura”, detalha.


Registros

Belo Horizonte tem, em média, 24 furtos a transeuntes por dia, conforme dados disponibilizados pela Sejusp. O número alarmante promove uma sensação de perigo constante em toda a cidade, e na Savassi não é diferente. Nos primeiros nove meses deste ano, foram 7.461 registros em toda a cidade. A Sejusp não especifica o número de ocorrências por bairro na sua plataforma de dados abertos, sob a justificativa de evitar a estigmatização de um local em detrimento de outro.

 


Apesar da falta dessa segmentação, a tenente Blenda garante que furto é o principal crime praticado na Savassi - e a sua prevenção envolve o apoio da população. “O auxílio do cidadão na autoproteção é extremamente importante também. A gente sempre passa dicas de segurança, para tomar cuidado, principalmente, com seu telefone celular. Cuidado também com objetos pessoais, bolsas, carteiras”, detalha.


A consultora de vendas Samara Pâmela, de 33 anos, trabalha na loja de uma operadora de telefonia na Praça da Savassi e recebe diariamente clientes desesperados após terem seus celulares roubados nas redondezas. “Infelizmente é o que mais acontece. E não tem dia e nem horário. Por dia são, no mínimo, cinco clientes querendo resgatar o chip por ter sido furtado”, conta.


As ocorrências narradas pelos clientes para a consultora são diversas, mas alguns relatos se assemelham. Em vários casos, alguém de bicicleta passa e toma o celular da pessoa, ou ela está dentro do carro, parada no sinal, e alguém toma o aparelho pela janela.


“Aconteceu de dois homens pararem uma senhora, já enfiarem a mão para dentro do vidro, falou que se ela não abrisse a porta e não passasse tudo para eles, que iam explodir o carro dela. Ainda põe pânico no pessoal”, detalha a consultora, que ressalta: “Por incrível que pareça, apesar de ser uma área nobre de Belo Horizonte, está inacreditável o número de furtos”.


Outros crimes

Além dos furtos, outros crimes preocupam quem mora ou frequenta a Savassi. A escalada nos arrombamentos a comércios da capital mineira, que cresceram 4,5% entre 2022 e 2023, geram apreensão nos comerciantes da região. Dados do ano passado mostram que a capital mineira tem uma média de 27,5 arrombamentos por dia.

 

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Outro levantamento, feito pelo Estado de Minas a partir de dados da PM, coloca a Savassi como o 7º bairro com maior incidência de crimes violentos em BH. Entre janeiro e julho de 2022, foram 65 ocorrências do tipo. Quem lidera o ranking é o Centro, também na Região Centro-Sul, com 474 registros.