Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, foi preso em sua casa na cidade de Juatuba, na Região Metropolitana -  (crédito: PCMG)

Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, foi preso em sua casa na cidade de Juatuba, na Região Metropolitana

crédito: PCMG

Bruno Luis Barros e Maria Antônia Rebouças*

 

O ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, investigado por abusos sexuais de ao menos 50 crianças desde a década de 1980, foi preso pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) na manhã desta quarta-feira (23/10) em sua residência na cidade de Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

 

 

A prisão de hoje decorre do crime de estupro de vulnerável contra uma criança no município de Tiros, no Alto Paranaíba. A PCMG explicou que essa violência sexual aconteceu em 2016. À época, a vítima tinha 4 anos e sofreu o abuso durante uma festa de casamento em uma propriedade rural do então padre. 

 

 

A partir daí, a Polícia Civil iniciou uma investigação e, depois, informou que Bernardino teria cometido os crimes sexuais contra ao menos 50 crianças a partir dos anos 1980. A maioria dos episódios de violência aconteceu no sítio dele em Tiros, quando as vítimas tinham entre 3 e 11 anos. Com isso, ele está afastado da Igreja de Santa Luzia, no Bairro Paraíso, Região Leste da capital, desde 2021. Procurada pela reportagem para comentar o caso, a Arquidiocese de Belo Horizonte enfatizou que o afastamento de Bernardino do sacerdócio é uma "decisão definitiva a partir do Vaticano". 

 

"Ele era padre em uma paróquia de Belo Horizonte, vinculada a uma escola. Então, por várias vezes, excursões eram organizadas com o objetivo de levar essas crianças a passar um tempo no 'sítio do padre', com presença de professores e até mesmo de pais. Ele conseguia retirar essas crianças de perto dos responsáveis, com base na confiança, abusava delas e depois as devolvia", explicou o delegado titular em Tiros, Bruno Henrique de Deus, acrescentando que o religioso passava a mão e lambia as vítima, havendo casos, também, de "penetração". 

 

Apesar da onda de denúncias que veio à tona, a maior parte dos casos já está prescrita, pois os fatos ocorreram antes da alteração da Lei 12.650/2012, que modificou as regras do prazo prescricional dos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, pontuou o MPMG.


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A delegada regional em Juatuba, Ana Paula Kich Gontijo, orienta as vítimas a procurarem a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para noticiar o crime, fazendo referência ao caso. “Essa ocorrência chegará ao inquérito que está investigando a conduta desse suspeito. Quanto mais vítimas conseguirmos localizar, maior será a pena e mais perto da Justiça estaremos”, avaliou.

 

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Bernardino Batista dos Santos. O espaço segue aberto para manifestações.