SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) será a responsável por tentar identificar os membros da Mancha Verde, maior torcida organizada do Palmeiras, que armaram uma emboscada e atacaram torcedores do Cruzeiro na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na madrugada de domingo (27).
O ataque resultou na morte do motoboy José Victor de Miranda, 30, integrante da Máfia Azul, principal torcida do time mineiro. Miranda estava em um dos dois ônibus atacados com bombas caseiras e fogos de artifício. O corpo do motoboy tinha marcas de queimadura, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Além dele, outros 16 cruzeirenses tiveram ferimentos e foram levados para o Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Cinco pessoas continuam internadas.
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A polícia deve analisar imagens de câmeras de segurança que ficam próximas ao local do ataque e em outros pontos da rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte.
As informações obtidas devem ser cruzadas com o banco de dados da Drade, que tem foto e cadastros de torcedores organizados.
Em um primeiro momento, a delegacia de Mairiporã registrou o caso como homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e promover tumulto, praticar ou incitar a violência em eventos esportivos.
A rixa entre Máfia Azul e Mancha Verde é antiga e ambas possuem alianças com rivais. A torcida é aliada da a Galoucura, do Atlético-MG, enquanto a cruzeirense tem ligação com a Independente, do São Paulo.
A emboscada deste domingo foi considerada um revide a um confronto entre palmeirenses e cruzeirenses em setembro de 2022, na mesma rodovia, mas em solo mineiro. Na ocasião, o atual presidente da Mancha, Jorge Luis, foi um dos agredidos.
Em comunicado divulgado nesta segunda (28), a Mancha Verde afirmou que vem sendo acusada injustamente de envolvimento na emboscada. O texto afirma que a torcida organizada não participou ou incentivou qualquer ação relacionada ao caso.
"Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos", afirma a nota.
A Mancha Verde é mencionada duas vezes no boletim de ocorrência sobre o ataque. Uma vez por torcedores cruzeirenses e outra pela Polícia Civil. Nas imagens gravadas durante a briga o nome da torcida organizada é mencionado várias vezes.
O mesmo documento menciona 15 vítimas. O boletim de ocorrência aponta a apreensão de 12 barras de ferro, duas bolhas do tipo bilhar e rojões.
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Segundo a Prefeitura de Mairiporã, nove pacientes apresentavam lesões de menor gravidade foram assim que possível.
Outros três feridos foram transferidos para a Santa Casa de São Paulo. Eles já foram liberados. Um homem foi encaminhado para o Hospital Albano, em Franco da Rocha, e outro, para um hospital particular.