Uma estação ferroviária de Ouro Preto, na Região Central de Minas, vai entrar nos trilhos da preservação. Na quarta-feira (2), foi assinada a ordem de serviço para restauração do terminal de Engenheiro Corrêa, localizado a 38 quilômetros do Centro da cidade. Pertencente à prefeitura local, a construção de 1896, em situação precária, vai se tornar centro de convivência e equipamento cultural.

 


A previsão é de que a obra de restauro dure 10 meses, a partir de investimento de R$ 2 milhões da Herculano Mineração e R$ 820 mil do Grupo J. Mendes, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, ficando a gestão a cargo de Holofote Cultural. Segundo o diretor da Holofote e coordenador geral do projeto, Gilson Martins, a intervenção respeitará os sistemas construtivos tradicionais remanescentes e as características arquitetônicas do imóvel, buscando reparar problemas relacionados à degradação estética e estrutural.

 




"Conforme o projeto arquitetônico, está prevista toda a restauração do prédio, sendo que haverá também uma parte de reconstrução, pois muitas paredes se encontram danificadas, e não há mais a estrutura do telhado”, explica Martins. Já o paisagístico inclui todo o entorno da estação, com plantio de grama e arbustos, irrigação automática, recuperação da fonte original e da caixa d´água.

 


Gilson Martins adianta que serão executados os projetos de iluminação, drenagem para o terreno e proteção da área, com balizadores e correntes, para evitar o acesso de veículos e animais. A fim de garantir a segurança, haverá segurança eletrônica com câmeras e alarmes e equipamento de prevenção e combate a incêndio.

 

O coordenador geral do projeto acredita que o restauro trará benefícios a curto, médio e longo prazo para as comunidades do entorno, em especial o aumento de circulação de pessoas e turistas e procura por restaurantes e residências em geral. Além de estimular o lazer, a cultura, o turismo e outros setores, o espaço poderá ser um polo para ações culturais, socioeducativas, socioambientais e socioeconômicas. “Todas as atividades serão bem-vindas para agregar valor a um dos bens mais apreciados da comunidade", explica Gilson Martins.

 

De acordo com a Prefeitura de Ouro Preto, que fará a gestão do futuro equipamento cultural para uso da comunidade, estão em andamento os estudos para tombamento municipal da estação. O Departamento de Projetos Especiais da Secretaria Municipal Cultura e Turismo da Prefeitura de Ouro Preto fez o projeto e vai acompanhar a execução da obra.


RESTAURAÇÃO

 

 

Segundo informações da Holofote, o Terminal Ferroviário de Engenheiro Corrêa é um patrimônio cultural que, mesmo degradado, mantém viva a memória da localidade. “A restauração visa a preservar tanto a estrutura física quanto a dimensão simbólica do espaço, promovendo a memória coletiva da região de Ouro Preto. Assim, ele se tornará um ponto de encontro para a comunidade, incentivando a socialização e o contato com a história e a arte.”

 

“O projeto de restauro transforma o terminal em um espaço de democratização, que conjuga natureza, meio ambiente, cultura e patrimônio”, afirma Gilson Martins. Ao final da obra, terá áreas dedicadas a eventos, biblioteca, sala de informática e espaços administrativos. “Esses ambientes estarão disponíveis para cursos, eventos culturais e pesquisas, impulsionando o turismo e o desenvolvimento local”, finaliza. 

 

HISTÓRIA

 

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A estação de Engenheiro Corrêa foi inaugurada em 1896, e o nome homenageia o engenheiro Manoel Francisco Corrêa Júnior, engenheiro residente da ferrovia falecido, em 1911, em acidente no quilômetro 514, na época cinco quilômetros à frente da estação. Em 1928, o terminal servia aos distritos de Amarante, Casa Branca e Bação. De acordo com pesquisas, trata-se da única estação entre o distrito de Miguel Burnier, em Ouro Preto, e Itabirito.

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