O tenente Henrique Barcelos, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), disse, neste domingo (13/10), que as investigações sobre a causa da queda do helicóptero Arcanjo 04 da corporação, na noite de sexta-feira (11/10), em área de serra, em Ouro Preto, ainda estão restritas à perícia aeronáutica e da Polícia Civil. Porém, existe uma mensagem não oficial, de um dos tripulantes dizendo que havia condições de operação para decolar em direção a Belo Horizonte. 


A declaração foi dada durante o velório coletivo dos quatro militares e dois civis mortos no acidente, que acontece no Colégio Santa Marcelina, na Região da Pampulha. 

 


“É um trabalho, em um primeiro momento, restrito a perícia aeronáutica e da Polícia Civil. Temos uma última mensagem que não foi por gravação e nem é oficial de um dos tripulantes dizendo que teriam um teto, ou seja, uma condição de operação para decolar para Belo Horizonte.”

 


Ele ressaltou o luto na corporação pela perda dos militares e colegas do Samu. “Externamos nossas condolências ao piloto do acidente anterior, que gerou esse nosso atendimento. É um dia de expressar nossos agradecimentos a todos os corpos de bombeiros militares do Brasil que prestaram homenagens ao longo do dia de ontem e continuam até hoje. Diversas corporações civis e militares, órgãos do governo municipal, estadual e federal.”

 




Ele destacou ainda o trabalho de resgate feito pela Polícia Militar. “Que frente a situação e a força tarefa de busca e salvamento assumiu a responsabilidade e o risco de ir até o local, sob condições adversas com aeronaves.”

 


Barcelos disse ainda que a corporação presta apoio aos familiares das vítimas. Após as honras fúnebres, os corpos seguem em cortejo, em viaturas do Corpo de Bombeiros para os cemitérios. Os dois civis também vão receber as honras fúnebres. 

 


“Eles tombaram cumprindo um juramento de atuar mesmo com o sacrifício da própria vida. E todos esses levaram até o final esse juramento, o que nos deixa consternados, mas com a responsabilidade de honrá-los todos os dias para que não sejam esquecidos.”


Limite do risco operacional


O ex-subcomandante da Operação de Resgate de Brumadinho pela Aviação do Estado de Minas Gerais, coronel Carlos Júnior, disse que, tecnicamente, os tripulantes estavam dentro do limite de risco operacional. 

 

Ex-subcomandante da Operação de Resgate de Brumadinho pela Aviação do Estado de Minas Gerais, coronel Carlos Júnior

Leandro Couri/EM/DA Press


“Voar nesse limite, assim como as forças de polícia, dos bombeiros, militares, é algo muito complicado. Normalmente, você está próximo do perigo. Eles tinham equipamentos de turbina, com toda a capacitação para voar por instrumentos e sair daquele lugar, onde o tempo estava com a camada colada. Certamente por uma interpretação dos instrumentos, não foram felizes na rampa de saída daquele local, mas o mais certo é que eles estavam cumprindo uma missão e sabiam do risco dessa missão”, declarou. 


Ele diz que, apesar das condições adversas, os tripulantes cumprirão o dever. “A aviação policial e de bombeiros não tem que escolher, tem que fazer. É o comandante que decide esse risco.”

 


O coronel destacou ainda que a aeronave é a mesma usada na operação de resgate em Brumadinho e que, as condições climáticas podem ter influenciado no acidente. “Em Brumadinho a operação várias vezes foi parada. Entretanto, lá havia a busca de vítimas já falecidas. Nesse caso, eles foram para a busca de um piloto que, possivelmente, ainda pudesse estar vivo. Eles iam possivelmente fazer o içamento dessa vítima, mas quando ficaram sabendo que o piloto já tinha falecido, voltaram para o trevo e aguardaram a melhoria do tempo e o planejamento para fazer a saída que, infelizmente, foi infeliz.”

 

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