O homem que gravou um vídeo com falas racistas que viralizou nas redes sociais no fim de semana em Belo Horizonte está foragido. Ele não retornou ao presídio durante uma saída temporária no início deste ano.

 

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o homem identificado como Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, teve o benefício de saída temporária concedido pela Justiça em março e não retornou no prazo determinado, sendo registrado como fuga por abuso de confiança.

  



 

Alessandro tem mandado de prisão em aberto pela Vara de Execuções Criminais da Comarca de Governador Valadares. De acordo com o processo do mandado de prisão, o foragido descumpriu a Lei Maria da Penha e cometeu crimes de violência psicológica contra mulher, perseguição e pornografia de vingança. Além disso, ele tem ao menos outras três passagens pelo sistema prisional mineiro.

 

 

Ainda de acordo com o mandado de prisão, emitido em abril deste ano, está determinada a regressão cautelar do homem para o regime fechado.


Entenda o caso


Na semana passada, Alessandro, que trabalhava como funcionário de um bar do Bairro Universitário, na Região da Pampulha, publicou um vídeo nas redes sociais onde aparece “criticando” uma reclamação de uma cliente durante um atendimento no estabelecimento. Veja o registro:

 

 

 


“Trabalhar em bar não é fácil. Maldita Princesa Isabel que assinou a Lei Áurea pra acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo. Não tem conversa, não. Não sei se preto tem razão para reclamar de copo, tem que tomar água do vaso. Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça no chicote. Amarrar no tronco e chicote estalando no ombro, amarrado dentro da caixa de ferro e deixar o dia inteiro no sol. Vou ter que aturar macaco me enchendo o saco", disse o homem.

 

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou, por meio de nota, que foi acionado no domingo (20/10), em relação ao caso de racismo cometido por Alessandro. Segundo o MPMG, o coordenador de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação, Allender Barreto Lima da Silva, encaminhou o caso à 18ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Igualdade Racial, Apoio Comunitário e Fiscalização da Atividade Policial de Belo Horizonte, que analisará o caso.

 

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Em nota, a Polícia Civil informou que tomou conhecimento do vídeo e esclareceu que os fatos serão devidamente apurados. A reportagem do Estado de Minas tenta contato com o dono do bar e aguarda retorno.

 

*Estagiária sob supervisão do subeditores Juliano Paiva e Thiago Prata

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