A cachorrinha Mel, de 10 anos de idade, foi atacada por um jacaré enquanto passeava com seu tutor, Gercino Alves Batista, de 60, professor e mestre de capoeira, pela orla da Lagoa Central de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de BH, na última quinta-feira (17/10). O ataque fez com que Mel ficasse com ferimentos na boca, no tronco e com a patinha quebrada. Conforme Gercino, desde então, a cachorrinha está fazendo tratamento com veterinário.
Gercino Batista explica que estava acompanhando uma amiga até a casa dela com a cachorrinha e, quando retornava para casa, por volta da meia-noite, o ataque ocorreu. De acordo com o tutor, Mel não latiu e se aproximou da lagoa sem que ele conseguisse impedi-la. “Quando ela chegou a uns 5 metros da lagoa, acredito que ela queria tomar água, o jacaré estava escondido e surgiu de repente. Ele agarrou a pata dela e a puxou para água”, relembra o capoeirista.
O tutor conta que Mel é uma cachorrinha muito afetuosa, e a primeira reação que ele teve foi resgatá-la da água. “O que me salvou foi que eu estava com uma casca de palmeira. Tenho o costume de pegar esse material para fazer trabalhos manuais. Usei a casca para bater na água e ir atrás da Mel”, relata Gercino Batista.
Ele conta que tem o costume de passear pela orla, que é caminho da casa dele e, no mesmo dia, já tinha passado com Mel por lá. “A gente é criado aqui nesta orla. Eu tomo todos os cuidados com a cachorrinha, mas nunca pensei que teria que enfrentar um jacaré”, comenta o tutor.
Desde o ataque, Gercino Batista vem tendo muitos gastos com veterinário. Conforme o tutor, só nos primeiros socorros foram desembolsados R$ 1 mil para custear essa primeira parte de um tratamento, que, até o momento, chega a R$ 5 mil. Agora, Mel está sendo cuidada por um veterinário, mas ainda não voltou para casa. “Tive sorte que um veterinário de confiança está fazendo o tratamento dela, e combinamos de eu ir pagando parcelado. Depois vou precisar marcar uma consulta no Hospital Veterinário da UFMG para ver a possibilidade de fazer um enxerto na perna”, revela o capoeirista.
Conforme o tutor da Mel, a cachorrinha está respondendo bem ao tratamento e não teve infecções. Por isso, Gercino Batista tem esperança de que a patinha dela passe por uma recuperação plena. O capoeirista se preocupa com o jacaré na lagoa central da cidade e o perigo que ele pode causar para outros animais domésticos, crianças e adolescentes. “O animal foi crescendo e está em uma proporção que não cabe mais na lagoa. Dentro dessa lagoa tem treinamento de canoagem e adolescente treinando lá. O jacaré não está cabendo aqui, não. Tem que ter uma política de controle desse animal que pode colocar as pessoas em risco”, salienta.
De acordo com a Prefeitura de Lagoa Santa, o jacaré, assim como qualquer animal silvestre, pode apresentar comportamentos inesperados ao se sentirem ameaçados. "Em toda a orla existem placas indicando à presença de animais silvestres (jacaré), devendo ser respeitada a distância, visando assim segurança do animal e frequentadores da orla. Apesar do animal em questão já se encontrar habituado ao grande número de pessoas e atividades que ocorrem no local, o bom senso e o cuidado devem ser mantidos para a segurança de todos, sobretudo, por parte dos frequentadores do local que devem ater-se ao reconhecimento e respeito dos avisos e proibições bem como respeito ao próprio animal silvestre", ressaltou a prefeitura em nota.
O Estado de Minas perguntou a prefeitura se ela já indicou algum plano de manejo ou planeja indicar algum após o ataque à cadelinha e aguarda retorno.
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*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata