Você conseguiria ficar durante todo um período do dia sem usar o celular? Em Minas Gerais, existe uma lei que proíbe, há quase seis anos, o uso do aparelho em sala de aula, exceto para fins pedagógicos. A medida, no entanto, ficou só no papel. O dispositivo móvel está entre os estojos, os cadernos. Parece até que faz parte do material escolar. Agora, o Ministério da Educação (MEC) considera uma lei nacional para restringir o uso de smartphones nas escolas do país.
Nessa quarta-feira (30/10), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados deu um passo à frente e aprovou o projeto de lei (PL) 104/2015, que proíbe o uso de celulares em todo o ambiente escolar, incluindo intervalos, para alunos da educação básica, fundamental e média, em instituições públicas e privadas de todo o país. Os celulares poderão ser usados apenas em atividades pedagógicas, com a autorização dos professores, ou em caso de estudantes que utilizam os aparelhos eletrônicos como um meio de acessibilidade, como para alunos com deficiência que usam tecnologias assistivas.
O projeto tem o apoio do governo federal. Durante reunião ministerial do G20 em Fortaleza, na manhã de ontem, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que "é preciso dar limites" para crianças e adolescentes no uso de celulares. Santana ainda disse que existe um consenso no MEC para proibir o uso no ambiente escolar, especialmente dentro das salas de aula.
A realidade nas escolas mineiras espelha como a dependência tecnológica tornou o problema mais complexo do que aparenta e exemplifica alguns dos desafios que o governo federal irá encontrar para implementar a restrição. Pais e professores ouvidos pelo Estado de Minas enfrentam diariamente o dilema de como equilibrar o uso dos celulares para uma geração que já nasceu com os smartphones na palma da mão.
Enquanto o docente explica a matéria, parte da atenção dos jovens está dividida entre o quadro e as constantes notificações que chegam ao aparelho. Uma cena comum nas escolas de Minas Gerais, públicas ou particulares, é a dos alunos utilizando seus celulares escondidos durante as aulas. Vídeos curtos, memes e jogos parecem ser mais atraentes do que o conteúdo didático, por mais interativa que seja a abordagem do professor.
Os docentes ouvidos pela reportagem são unânimes em cravar: o celular é hoje o maior desafio da profissão. “É uma disputa cruel pela atenção do aluno”, afirma Flávia Soares, diretora de uma escola estadual em Belo Horizonte. Antes de assumir a diretoria, ela deu aula de matemática por mais de duas décadas e viu crescer o apelo visual e a imediaticidade oferecida pelos aplicativos.
Para ela, a pandemia agravou uma tendência que já estava se manifestando: a dependência quase total dos alunos pela tecnologia. O problema vai além do comportamento disperso. A dificuldade de interpretação de textos, de cálculos simples e a incapacidade de se concentrar por longos períodos se intensificaram à medida que o uso do celular se tornou constante, afirma a diretora.
Fernanda Soares, professora de história da rede pública há 14 anos, concorda com a colega e reforça que, embora muitos estudantes acreditem que têm acesso a todo o conhecimento ao alcance das mãos, a realidade é outra. "Eles estão cada vez mais desinformados, porque não sabem usar a ferramenta", afirma, explicando que a habilidade de realizar pesquisas de forma produtiva é rara.
Na sala de aula, o pedido para que guardem o celular é constante, mas, na maioria das vezes, ineficaz. Mesmo diante de normas e orientações claras, os alunos insistem em usar os dispositivos, e de formas até criativas. Fernanda lembra de situações em que os alunos escondem o celular dentro de livros e fingem prestar atenção na aula.
A orientação da escola é clara: o telefone da secretaria está à disposição dos alunos para qualquer emergência. No entanto, para os jovens, a justificativa é sempre a mesma: a necessidade de contato imediato com os pais. Essa "necessidade", porém, é questionada por muitos educadores, que veem no celular uma fonte constante de dispersão. “Não para, é o tempo todo essa briga”, diz a docente, que leciona na rede pública de Nova Lima.
Ferramenta pedagógica
Em vigor desde 2018, a Lei 23.013 regulamenta o uso de celulares nas escolas exclusivamente para atividades pedagógicas, além de proibir outros dispositivos eletrônicos que possam prejudicar a concentração de alunos e professores. A medida revogou a normativa anterior, de 2002, que proibia completamente o uso de dispositivos móveis. No entanto, a legislação não especifica se o professor tem a autoridade para fazer valer a regra, tampouco orienta sobre os procedimentos para sua aplicação.
Além de Minas Gerais, outros 19 estados já adotaram medidas semelhantes. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) se limitou a dizer que disponibiliza o guia "Uso de smartphones como ferramenta pedagógica", que oferece diretrizes para que cada escola possa criar regras adicionais, com a participação de toda a comunidade escolar, para otimizar o uso dos celulares no ambiente educativo.
A questão é que quase ninguém respeita a norma de uso do celular apenas para fins pedagógicos, então os professores tentam negociar. Em alguns momentos da aula, eles até liberam o uso do dispositivo para atividades específicas, como cálculos ou pesquisas rápidas, mas esses momentos controlados dificilmente são suficientes para aplacar o desejo dos jovens em tempos de hiperconectividade.
A diretora Flávia relembra seus tempos em sala de aula, quando procurava adotar uma abordagem flexível. "Eu tentava ter um jogo de cintura, negociava, pedia para guardarem o celular em determinados momentos. Liberava o uso da calculadora ou para alguma pesquisa, sempre direcionando. Mas tudo assim, muito negociado, porque o adolescente, se você precisa bater de frente é pior ainda", explica.
Ainda assim, quando liberados para fazer uma atividade usando o celular, muitos acabam dispersos em redes sociais ou em jogos, dizem os educadores. "O celular é só um objeto de distração. A gente já tentou na escola usar conscientemente o celular para fazer uma atividade de pesquisa, por exemplo. Tentamos adequar esse uso, educá-los para usar o celular, e isso também não foi possível, porque eles não sabem fazer as pesquisas e se distraem", resume a professora Fernanda, destacando como a ferramenta, ao invés de auxiliar, atrapalha. “É uma deseducação. Eles não têm maturidade ainda para entender que aquela aula é muito mais importante do que a tela. Serve como distração, tira o foco da aula, e eles acham que está tudo bem”, completa.
A professora de história comenta que já tentou confiscar o celular de alunos que não respeitavam as regras, mas desistiu após um incidente em que um estudante acusou um professor de ter danificado seu aparelho. Desde então, a prática de tomar o celular foi abandonada por medo de represálias ou reclamações dos pais. “Nunca mais coloquei a mão no telefone da criança”, afirma.
Situações delicadas
A diretora Flávia, que também é mãe, conta que, quando explicou à filha de 12 anos sobre a possível ampliação da proibição dos celulares nas escolas, a reação da menina foi de incredulidade. “Ela achou um absurdo”, diz a diretora, ressaltando como essa geração já naturalizou o uso dos dispositivos.
Desiludidos, os professores não têm grandes expectativas quanto à nova lei. A diretora ainda ressalta um paradoxo: enquanto a lei estadual restringe o uso de celulares, o próprio governo tem investido em projetos de conectividade nas escolas, como a instalação de redes wi-fi. "Se há esse incentivo para o uso, mesmo que seja pedagógico, como vamos proibir o celular?", questiona.
Fernanda também vê com ceticismo a eficácia da lei federal. “Acho que ajuda para os professores poderem cobrar mais os pais para que não enviem o celular para a escola. Mas também acho que não vai resolver grande coisa. Quem é que vai efetivamente cumprir essa regra? São várias perguntas e eu não vejo muitas respostas”, completa, ao lembrar de episódios em que professores se viram em situações delicadas ao tentar fazer valer a proibição.
Em busca de atenção
De um lado, os professores enfrentam uma batalha constante pela atenção dos jovens. Em casa, os pais lidam com um novo desafio: educar uma geração que já nasceu conectada. Para os responsáveis ouvidos pelo Estado de Minas, uma coisa é certa: "escola não é lugar de celular". Eles também buscam equilibrar o uso positivo da tecnologia com seus possíveis impactos no desenvolvimento infantil, especialmente em relação à interação social, aprendizado e até saúde mental.
A escola de Maria Alice, de 10, e Sofia, de 6, impõe regras rígidas: os celulares não entram nos portões da instituição. Para Lívia Cristina N. Alvarenga, de 41, mãe das meninas, isso é um alívio, pois acredita que o espaço escolar deve ser de interação, aprendizado e socialização longe das telas. Mesmo em casa, o uso do celular por Maria Alice, que ganhou o aparelho da avó aos 8 anos, é restrito e supervisionado. “Às vezes, ele descarrega e fica lá de lado. Eu sempre tento evitar, porque acho que atrapalha a interação”, comenta Lívia, que se empenha em oferecer alternativas como brincadeiras manuais e atividades criativas.
Apesar do controle, os efeitos do imediatismo digital já se fazem presentes na rotina de Maria Alice. O acesso a aplicativos de mensagens, embora limitado, trouxe um novo tipo de ansiedade à menina. "Ela fica aflita quando manda mensagem para uma amiga e não recebe resposta imediata. Preciso explicar que a pessoa pode estar ocupada, que não dá para responder sempre na hora", relata a mãe. Esse tipo de impaciência, moldada pela instantaneidade das interações digitais, é um desafio novo para Lívia, que tenta equilibrar a presença da tecnologia na vida da filha com os ensinamentos sobre paciência e espera.
A angústia de Maria Alice encontra eco na rotina de Pedro, de 11, filho de Glacia Ferreira, de 51. Assim como na escola de Maria Alice, a instituição onde Pedro estuda também proíbe a entrada de celulares até o 5º ano, mas incentiva o uso consciente da tecnologia com tablets para atividades educacionais, por exemplo. Em casa, porém, Pedro prefere passar boa parte de seu tempo livre no celular, seja assistindo séries ou conversando com amigos no WhatsApp. "Estamos tentando tirar um pouco disso, jogando cartas ou fazendo mais atividades fora de casa", conta Glacia. A decisão de buscar outras atividades veio após perceber como ele ficava agitado e ansioso com o uso excessivo do celular.
A ansiedade diante da falta de resposta imediata, que atormenta Maria Alice, parece ser um reflexo da mesma inquietação que aflige Pedro. Ambos, em suas rotinas, experimentam o desconforto da espera, algo amplificado pela rapidez com que o mundo virtual oferece informações, entretenimento e comunicação. Para as duas famílias, o desafio é o mesmo: como ajudar seus filhos a lidar com os intervalos, o tédio e o tempo sem a constante companhia das telas? Se para Lívia a questão envolve as conversas que tem com a filha sobre o tempo de resposta nas mensagens, para Glacia, além do diálogo e supervisão, o esforço também está em oferecer alternativas que afastem Pedro do vício silencioso das telas. Mas a proibição dentro da escola já é avaliada como uma ajuda.
O dilema entre controle e autonomia também é vivido por Cristina Lelis, de 51, mãe de três adolescentes de 17, 15 e 12 anos. Em sua casa, o uso do celular foi gradualmente liberado, principalmente devido às necessidades impostas pela pandemia. "A gente só liberou o WhatsApp para o mais velho por causa das aulas on-line, na época ele tinha 13 anos. Os colegas já tinham, mas a gente segurou o máximo que pôde", conta. A pandemia forçou muitas famílias a reavaliar o uso das tecnologias, e com Cristina não foi diferente. Para os filhos mais novos, de 15 e 12, o acesso ao celular também é controlado, especialmente no que diz respeito a horários e conteúdo.
O caçula, de 12, ainda não possui WhatsApp, e Cristina e o marido tentam adiar ao máximo a liberação, argumentando que ele terá mais maturidade quando completar 13 anos. Para compensar, o uso do celular é permitido à noite, mas apenas para joguinhos e com tempo controlado. Nos fins de semana, a regra é flexibilizada, mas sempre com atenção redobrada. "Nos preocupamos muito com o conteúdo e com quem eles estão conversando", afirma Cristina.
A família adota uma estratégia de supervisão rigorosa, mantendo o diálogo aberto sobre os riscos do mundo digital. O controle é mais afrouxado para o filho mais velho, de 17, que já frequenta o cursinho e tem mais autonomia. No entanto, mesmo ele tem horários definidos para usar o aparelho, especialmente à noite.
Os relatos refletem uma constante luta para equilibrar o que Cristina define como "o mundo que pede por isso". "Antigamente, a gente fazia pesquisa na biblioteca. Hoje, as crianças dependem do celular até para estudar. Querendo ou não, a gente tem que abrir mão", diz. Embora seus filhos não demonstrem a mesma ansiedade relatada por Lívia e Glacia, Cristina percebe sinais que a fazem manter o alerta constante. "Às vezes, liberamos o celular com a justificativa de que é para fazer uma pesquisa, mas sabemos que nem sempre o utilizam apenas para esse fim", explica.
DE VOLTA AO TEMPO DAS BRINCADEIRAS
Hoje, o pátio da escola infantil Stella, no bairro Manacás, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, apresenta uma cena diferente da observada até o final de 2023. Sem os celulares à vista, o ambiente é preenchido com conversas, brincadeiras e atividades físicas. Essa transformação faz parte de uma nova política adotada no ano passado pela instituição: a proibição do uso de celulares pelos alunos.
Renata de Faria, diretora pedagógica da instituição de ensino, explica que a decisão de banir os celulares foi tomada após observarem que os aparelhos haviam se tornado uma "extensão do corpo" dos estudantes. Antes da proibição, os intervalos, que deveriam ser momentos de interação social, eram marcados pelo silêncio de dedos deslizando pela tela dos smartphones. "A gente entende que já tinha virado um vício. Eles iam para o parque, ficavam cada um no seu telefone, não aproveitam a área verde que a escola oferece. Eles não tinham contato visual com os colegas, não faziam questão dessa interação social", comenta.
Acostumados a consumir um entretenimento instantâneo nos celulares, os alunos já não sabiam o que fazer com a meia hora de tempo livre. O que antes era natural – correr pelo parque, jogar bola, inventar histórias com os colegas – precisou ser ensinado. A escola comprou jogos e equipamentos, como mesas de totó e pingue-pongue, para incentivar os alunos a preencherem o tempo ocioso de forma mais ativa e social.
Aos poucos, eles foram redescobrindo o prazer de brincar sem necessidade de uma tela e, apesar de uma primeira semana desafiadora, com resistência de alguns estudantes, a mudança foi consolidada. "Hoje, percebemos os benefícios dessa decisão. Eles estão menos ansiosos, mais conectados uns com os outros", afirma a diretora pedagógica da escola.
Contudo, a tecnologia não foi completamente abandonada. Os alunos ainda utilizam tablets em sala de aula, como ferramentas pedagógicas controladas e com finalidades específicas. "Usamos a favor da educação, até porque a gente não pode aliená-los desse mundo e da importância da tecnologia. Mas o uso precisa ser consciente e supervisionado", destaca a diretora. Os tablets são usados para pesquisa, atividades educativas e desenvolvimento de projetos, sempre dentro de um contexto que valorize a aprendizagem e a interação. A escola também complementa os “para casas” com vídeos e jogos digitais.
Educação humanizada
Em contraste aos discursos de inclusão pedagógica das tecnologias, o Instituto Ouro Verde, em Nova Lima, na Grande BH, adota uma postura mais firme e, desde a sua fundação, em 2013, baniu totalmente o uso de recursos tecnológicos em seu programa pedagógico.
A instituição, que adota a pedagogia Waldorf – abordagem criada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner –, preza por uma abordagem mais humanizada e voltada para o desenvolvimento integral das crianças. Os alunos mais velhos até levam os celulares para a escola, mas eles ficam guardados nas mochilas e, se necessário, são retidos na secretaria até o final do dia. Nos corredores, placas indicam a proibição, que já foi incorporada à cultura dos alunos. Eles mesmos cobram quando veem alguém com celular na mão: “não pode usar celular aqui”.
"A tecnologia é importante, mas as crianças precisam de uma idade adequada para entrar nesse mundo. Elas ainda não estão desenvolvidas integralmente para isso. A gente não desenvolve humanidade através do celular", afirma Maria Tereza Cayo, diretora escolar e professora da instituição. Para ela, que deu aula em instituições tradicionais por mais de duas décadas, o uso precoce de dispositivos móveis afeta a criatividade e o desenvolvimento das relações humanas. Na visão Waldorf, as crianças aprendem por meio da vivência e da observação do mundo ao redor. "A criatividade flui aqui, diferente de quando estavam presas às caixinhas tecnológicas", comenta.
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Após a pandemia de COVID-19, período em que as crianças tiveram aulas on-line, a diretora observou que os alunos retornaram "mais reclusos" e com certa resistência a atividades manuais, como o desenho. No entanto, com a retomada das aulas presenciais e o retorno às atividades artísticas e corporais, essa desconexão foi sendo superada, e as relações sociais voltaram a se fortalecer. “A tecnologia não é um bicho de sete cabeças, não podemos negar a importância. Mas a gente precisa entender qual é o momento que essa criança pode usar, e se ela dá conta, porque tem muito jovem que tem celular e não dá conta do uso”, afirma.
Vontade e criatividade
Essa conexão com o mundo também é percebida pelos pais dos alunos. Laura Guimarães, mãe de Malu, de 8 anos, e Gael, de 4, relata um episódio em que a filha conseguiu orientar o avô no caminho até uma atividade, enquanto uma neta mais velha, acostumada a usar o celular durante o trajeto, não sabia o caminho, mesmo frequentando o local há mais tempo. "O mundo estava inteiro acontecendo ao redor dela, mas ela não percebia", comenta. "Eu percebo uma criatividade muito pulsante neles, uma vontade de brincar muito viva. Criança não tem que tá cansada, não tem que estar com tédio. Ela tem que olhar um parquinho e querer ir lá brincar e explorar tudo", diz a jornalista. “Hoje, se por algum motivo o celular me chama, eles me ajudam a monitorar e a moderar esse uso do celular”, completa.
Consciente, Laura não tenta “dourar” o desafio de manter as crianças longe das telas, especialmente quando o contexto da pandemia a colocou diante de escolhas difíceis. Com nove meses de gravidez e uma filha de três anos em casa, enquanto trabalhava longas horas ao lado do marido, não houve alternativa senão recorrer à televisão para distrair a filha. Quando o período de isolamento terminou, a preocupação com o excesso de telas levou a uma lenta desintoxicação. Sem pressa, Laura e o marido foram gradualmente reduzindo o tempo de exposição e introduzindo outras atividades na rotina da criança. "Não é algo que acontece da noite para o dia. A tecnologia para as crianças, ocupa um espaço. Se você tira, você tem que ocupar aquele espaço. O não dela tem que vir com um sim para outra coisa”, ressalta.