A morte da ativista foi comunicada em seu perfil no Instagram, na tarde deste sábado (02/11) -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais )

A morte da ativista foi comunicada em seu perfil no Instagram, na tarde deste sábado (02/11)

crédito: Reprodução/Redes Sociais

Sissy Kelly Lopes de Souza, de 67 anos, morreu neste sábado (2/11). Ela era uma ativista trans de Belo Horizonte e, em seus últimos anos de vida, lutava por políticas públicas para pessoas LGBTQIAPN+ idosas, como instituições de longa permanência e casas-abrigo.


A informação da morte dela foi feita em suas redes sociais, porém a causa da morte não foi divulgada. Na postagem feita na tarde de hoje, Sissy também é lembrada como exemplo por estabelecer sua declaração antecipada de vontade, também conhecida como testamento vital.

 

“Que sua luta continue; que mais pessoas participem das reivindicações por dignidade na velhice, na doença, nos ritos fúnebres e no sepultamento. Que sua memória não seja esquecida jamais”, diz um trecho do texto da postagem. 

 


O perfil informa ainda que o velório da ativista será neste domingo (3/11), das 9h às 12h, no Memorial Zelo, na Avenida do Contorno, 8657, Bairro Gutierrez, Região Oeste de BH. O sepultamento acontece às 13h, no Cemitério Belo Vale, na Avenida Adair de Souza, 20, Bairro Belo Vale, em Santa Luzia, na Grande BH.

 


No último domingo (24/10), uma sobrinha de Sissy usou o mesmo perfil no Instagram para compartilhar a notícia da internação, a pedido da tia. “O momento é delicado e ela está guerreira como sempre foi. Peço que tenham ela em mente assim e enviem ótimas energias!”.

 

 


 

Trajetória de luta 

Sissy nasceu em uma família de pequenos agricultores. Ela é a quinta de um total de 14 filhos. Iniciou a transição aos 18 anos quando foi morar em Vitória, Espírito Santo, em 1974.

 


A ativista teve que enfrentar a repressão da ditadura militar e chegou a ser presa algumas vezes. Contraiu o vírus HIV nos anos 1980 e entrou para o ativismo em 1991, depois de voltar da Europa. Ela procurou a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP), filiou-se e passou a frequentar o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (Gapa). Trabalhou como agente de saúde e cidadania de Belo Horizonte. Morou algum tempo em Brasília como representante da RNP.


Quando jovem, chegou a ser internada no Hospital Galba Velloso por familiares. Depois que saiu, se alistou no serviço militar e, com o certificado de reservista, foi para Vitória, onde trabalhou como faxineira e cozinheira. 

 

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Sissy chegou a viver na rua tanto na Europa quanto no Brasil. Em Belo Horizonte, também morou em algumas ocupações antes de conseguir vaga em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos.