O Governo de Minas oficializou o início da campanha de multivacinação na Escola Estadual Afonso Pena -  (crédito: Alexandre Guzanshe / E.M / D.A Press)

O Governo de Minas oficializou o início da campanha de multivacinação na Escola Estadual Afonso Pena

crédito: Alexandre Guzanshe / E.M / D.A Press

Alunos da Escola Estadual Afonso Pena, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foram vacinados nesta terça-feira (5/11) em imunização extramuros. Essa é uma das estratégias do Plano Mineiro de Imunização (PMI) que serão intensificadas durante o mês de novembro com a campanha de multivacinação.

 

A campanha teve início nesta segunda-feira (4/11) e segue até o dia 29 de novembro em todo o estado de Minas Gerais com as crianças e os adolescentes de até 15 anos como público-alvo.

 

Nesta segunda-feira (4/11), a reportagem do Estado de Minas esteve em unidades de saúde de Belo Horizonte e registrou um primeiro dia de campanha sem muito movimento. Já nesta terça-feira (5/11), o Governo de Minas lançou estratégias para promover o aumento da busca por vacinas. 


Além do aumento da vacinação dentro de escolas e creches do estado, outra aposta do Governo de Minas Gerais para aumentar as taxas de imunização são os ‘vacimóveis’. Os veículos são equipados para funcionar como unidades itinerantes de vacinação. Para essa ação foram investidos cerca de R$ 100 milhões. Ao menos, 77 municípios receberam recursos para adquirirem os ‘vacimóveis’.

 

Conforme o Governo de Minas, os demais municípios serão atendidos por meio de 51 Consórcios Intermunicipais de Saúde. Até o momento foram entregues 123 unidades itinerantes de vacinação. De acordo com o chefe da pasta da saúde em Minas Gerais, Fábio Baccheretti, as unidades itinerantes são uma forma de levar a vacina para o dia a dia da população.

 


“A gente percebe que a vacina acompanha a doença. Os nossos pais tinham medo da doença e corriam para levar os filhos para vacinar. Os novos pais que não viram boa parte das doenças não têm essa visão. Por isso estamos trazendo o vacimóvel agora. Esse vacimóvel daqui, nós temos no estado inteiro, e a gente percebe que antigamente, a gente parava a vida para ir no posto de saúde. Então a gente está trazendo a vacina para o dia a dia das pessoas, na escola, nas ruas, nas praças, para facilitar exatamente o acesso. Porque ninguém tem medo mais da doença. Mas se a gente não estiver vacinado, a doença pode voltar e a gente não quer estar vacinado por medo, a gente quer ser vacinado por consciência que é o caminho”, explica Fábio Baccheretti.


Depois de atraso no fornecimento de vacinas, o início da campanha não teve distribuição das doses da varicela, que protege contra a catapora e está em falta no estoque. De acordo com o chefe da pasta da saúde, o Ministério da Saúde está fechando uma compra e a previsão é que a distribuição da varicela seja normalizada nos próximos meses. “Nós tivemos algumas dificuldades, mas o fornecimento de quase todas as vacinas foi normalizado nas últimas semanas. Apenas a varicela que não. O Ministério da Saúde nos informou que tem a ver com o mercado. O processo de compra foi realizado e o fornecedor não tinha uma pronta-entrega para fazer. Mas a expectativa do ministério é que, assim que encerrar esse último processo de compra, o estoque desse imunizante se normalize. As demais estão todas com estoques suficientes”, salienta Fábio Baccheretti.


A campanha tem as crianças e os adolescentes como foco e contará com a distribuição de doses da tríplice viral, hepatite B, papilomavírus humano (HPV), hepatite A, rotavírus humano, meningocócica ACWY, meningocócica C, pneumocócica, pentavalente, febre amarela, poliomielite e covid. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde foram distribuídos para os municípios cerca de 1,9 milhões de doses.

 

A aluna da Escola Estadual Afonso Pena, Emylle Eduarda Viana da Costa, de 13 anos, recebeu uma dose da vacina contra a gripe pelo secretário de estado de saúde. Para ela, vacinar-se é essencial para a manutenção da qualidade de vida. “Muita gente não tem consciência que a gente precisa tomar a vacina por causa da saúde. Sem a saúde a gente não consegue fazer muitas coisas na vida, a gente precisa de saúde pra poder viver. Então a vacina é muito importante pra isso, pra gente continuar com a nossa saúde.”

 

 

Emylle da Costa, de 13 anos, recebeu uma dose da vacina que protege contra a gripe

Emylle da Costa, de 13 anos, recebeu uma dose da vacina que protege contra a gripe

Alexandre Guzanshe / E.M / D.A Press

 

Para tomar a vacina no ambiente escolar, Emylle da Costa precisou levar um termo de autorização assinado pelos pais ou responsável, o documento de identidade e o cartão de vacina. Outro aluno do colégio, Davi Barboza, de 13 anos, levou o termo com autorização dos responsáveis, mas esqueceu o cartão de vacina e não conseguiu participar da vacinação extramuros. “Eu sempre busco ter as vacinas em dia. Hoje eu vou ver se eu consigo tomar uma dose. Porque eu esqueci meu cartão de vacina”, lamenta o estudante. 

 

 

Para Davi Barboza, a vacinação é essencial para a manutenção da saúde. O estudante lamenta que muitas pessoas não se vacinam. “Muita gente que já é adulta não entende que a vacina é importante, mas a gente tem que lembrar que cientistas, profissionais da saúde, pessoal da saúde do SUS e os médicos passam anos e anos estudando sobre isso. A vacina já é um negócio antigo que o pessoal vai estudando e aprimorando ainda mais. Mas algumas pessoas ainda acham que a vacina vai fazer mal. Eu com 13 anos já tenho consciência disso. Não tem justificativa uma pessoa adulta não ter”, ressalta o aluno. 

 

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A campanha de multivacinação contará ainda com um dia D em 23 de novembro. O chefe da pasta da saúde, comemora uma evolução nos índices de vacinação se comparado ao período da pandemia. “Quando a gente olha os nossos indicadores de vacinação nos anos de 2023 e 2024, nós estamos melhores, já ultrapassamos a queda da pandemia. Então já ultrapassamos aquele momento em que as ‘fake news’ vieram muito fortes e já estamos melhores do que os anos logo anteriores à própria pandemia, ou seja, estamos melhores do que antes e a varicela é a única que não está. Neste contexto, por falta da vacina, mas estamos na expectativa dela chegar para que a gente consiga então tirar o atraso desse tempo”, explica Fábio Baccheretti.

 

Conforme a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), Minas Gerais registra avanços importantes na cobertura vacinal. A cobertura da meningocócica C estava em 97,05% em 2023 e aumentou, de janeiro a setembro de 2024, para 104,15%. O índice ultrapassa a meta de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde (MS). Já a cobertura da tríplice viral tinha, em 2023, índice de 90,11% para a primeira dose (D1) e 74,31% para a segunda dose (D2). Os valores aumentaram para 106,19% (D1) e 81,69% (D2), em 2024 (janeiro a setembro).