Parque da Serra do Curral, inaugurado em 2012, teve parte das trilhas desativada nos anos seguintes -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press (27/09/2012))

Parque da Serra do Curral, inaugurado em 2012, teve parte das trilhas desativada nos anos seguintes

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press (27/09/2012)

A Trilha da Crista, no Parque da Serra do Curral, passará por uma restauração e será reaberta após oito anos. Os trabalhos terão início com a assinatura do termo de cooperação entre a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e o Instituto Serra do Curral, entidade que capitaneou movimento pela reativação da trilha - o trajeto se estende por 5,3 km e faz a ligação do parque com o das Mangabeiras. A expectativa é de que o espaço esteja à disposição do público ainda em dezembro, como uma espécie de “presente de Natal” para a população.


O prefeito Fuad Noman celebrou, na tarde desta quinta-feira (7/11), a assinatura do termo de cooperação, referido pelo político como uma excelente notícia. "Esse é mais um passo importante para a garantia da visitação responsável e da prática de esportes nesse patrimônio natural tão importante de BH. A Serra é o símbolo da nossa cidade e merece ser valorizada e respeitada por todos nós", publicou o prefeito nas redes sociais.


Segundo a PBH, a trilha passará por uma revitalização, que inclui as estruturas de madeira, como escadas e guarda corpos, que estão desgastadas após anos sem manutenção. Serão utilizados materiais sustentáveis e adequados para o ambiente, o que inclui escadas nos trechos mais inclinados, e também serão feitas a revisão e a adequação dos sistemas de combate a incêndio.

 


O presidente da Fundação de Parques e Zoobotânica e secretário interino de Meio Ambiente, Gelson Leite, informa que o acordo de cooperação estabelece ao Instituto Serra do Curral a responsabilidade pela readequação e manutenção da trilha pelo período de cinco anos, que podem ser prorrogados. “Eles vão ter que fazer reformas e manutenção durante este período, além de desenvolver atividades de esportes, de montanhas e de eventos ambientais e sustentáveis, para que a população possa ter o uso da trilha”, explica.

 


Reabertura


Desde a desativação da trilha, em 2016, o acesso a visitantes no local não era permitido, o que não impedia os aventureiros adentrarem por caminhos clandestinos até ser abordados por guardas do parque - no momento, apenas a visitação a alguns mirantes está disponível.


A visitação à Trilha da Crista foi “temporariamente interrompida” à época pela Fundação de Parques Municipais para que fossem feitos vistorias e estudos em parte da sua extensão, entre os mirantes 3 e 8. O trecho restante, dos mirantes 9 e 10 até o Parque das Mangabeiras, ficaria mais tempo fechado devido a obras para contenção da serra, então executadas pela mineradora Vale.


A previsão era de que a reabertura completa fosse feita ainda em 2017, o que não aconteceu. De acordo com o secretário Gelson Leite, as obras de contenção já foram concluídas, e não há perigo geológico para os visitantes da Serra do Curral, restando apenas a manutenção da estrutura da própria trilha para sua reabertura.


Patrimônio


Outro fato que postergou, na época, a reativação do percurso, foi uma pesquisa para catalogar espécies raras da flora da Serra do Curral, o que levou ao fechamento do parque a fim de preservar os espécimes estudados. Por causa disso, a visitação à trilha, a partir de dezembro, será feita apenas mediante agendamento e sob a companhia de guias, explica o secretário Gelson Leite.


“A Serra do Curral é um bem tombado, natural e cultural. Há um limite de quantidade de pessoas por dia que podem fazer a travessia, além de que é preciso ter cuidado com a fauna e a flora. Há um plano de trabalho estabelecido entre a Fundação e o Instituto para que tudo seja feito dentro das normas e do plano de manejo da Serra do Curral”, detalha.


Além do trekking


Dentre as iniciativas para o uso da Trilha da Crista, a PBH informou que o Instituto Serra do Curral vai promover a “Vertical Run Serra do Curral”, corrida de montanha anual com percurso de 12 km que passará, também, pelo Pico Belo Horizonte e pela área de preservação ambiental da Serra. Serão ministradas aulas para alunos do ensino médio e fundamental de escolas públicas e atividades com o Clube de Escoteiros de Minas Gerais e a Federação Mineira de Montanhismo e Escalada.

 

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Também serão implantadas no percurso da trilha miniestações meteorológicas, que, também instaladas em outros pontos da cidade, ajudarão a monitorar a influência da Serra do Curral nas condições meteorológicas de toda a região metropolitana de Belo Horizonte.