A família do carpinteiro Kenny Roberto Milanez, de 41 anos, mineiro de Uberaba, no Triângulo Mineiro, que morreu em um capotamento de caminhonete nos Estados Unidos, criou uma vakinha virtual para arrecadar R$ 65 mil. O valor é para custear o traslado do corpo do uberabense de Methuen, estado de Massachusetts, até Uberaba. A vakinha já arrecadou cerca de R$ 35 mil.
Além de Kenny, Celso Glayson Dias, de 37 anos, de Dom Modesto, distrito de Caratinga, também morreu devido ao impacto. Os dois sobreviventes são Tiago Silvério, também de Caratinga, e Bruno Viana, de Governador Valadares. Kenny e Celso morreram após o capotamento da caminhonete na qual viajavam a trabalho, ocorrido no último sábado (2/11), na Rota 495, em Methuen, Massachusetts, nos Estados Unidos.
Uma testemunha declarou que a caminhonete, que transportava os quatro mineiros, capotou e bateu em uma árvore após ser violentamente atingida na traseira por um carro conduzido por uma americana de 26 anos. A Polícia de Methuen confirmou que ela estava sob efeito de álcool e foi presa.
Pedido de mãe
"Eu só queria ver o rosto dele uma última vez. Estou aqui, uma mãe pedindo, para poder trazer meu filho, porque é um valor que a gente não tem. Está difícil. Ele também não tinha esse valor lá. Ele era casado, tinha quatro filhos, dois moravam com ele e dois aqui em Uberaba, que iriam morar com ele nos Estados Unidos no ano que vem. Ele também tem uma neta que mora em Uberaba", contou dona Ione, mãe de Kenny.
Ela disse também que o filho trabalhava nos EUA há oito anos na área da construção civil, como carpinteiro. “Ele foi embora casado e com um filho e teve outro filho lá”, relatou.
Sobre o acidente, ela informou que soube que o filho estava indo trabalhar com os outros três brasileiros no momento do ocorrido. “Meu filho estava no banco de trás do passageiro da caminhonete. Ele e o outro brasileiro que estava ao lado do motorista morreram, pois foi desse lado que a caminhonete bateu contra a árvore”, lamentou.
Imprensa de Methuen divulgou o acidente
A Polícia de Methuen informou à imprensa local que a americana, que trabalhava como motorista de aplicativo, dirigia a 160 km/h quando atingiu o veículo dos brasileiros. Ela se apresentou à polícia no mesmo dia, sob efeito de álcool, alegando não se lembrar do ocorrido e declarando-se inocente. Na ocasião, estava com a carteira de habilitação suspensa.
Foi divulgado também pela imprensa local que, antes da batida, a mulher esteve em um bar e em uma festa de Halloween, onde ingeriu bebida alcoólica. Ela voltava da festa quando o acidente aconteceu.
A justiça americana estipulou uma fiança de US$ 200 mil, com a condição de que, caso pagasse o valor, usaria tornozeleira eletrônica, ficaria em prisão domiciliar e teria proibição de ingerir bebidas alcoólicas e de dirigir. No entanto, ela continua presa, pois não pagou a fiança.
A mulher deve ser indiciada por três crimes: duplo homicídio por irresponsabilidade, abandono de cena do acidente e dirigir com a carteira suspensa.
Nota do Ministério das Relações Exteriores
Sobre o caso, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Boston, divulgou a seguinte nota:
“Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais.
O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017".