O fotógrafo João Freitas conquistou o prêmio de melhor profissional focado em casamento do mundo no prêmio ‘Golden Lens 2024’ - considerado o Oscar da fotografia - na última semana. Natural de João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais, ele teve 22 imagens e 16 coleções premiadas pelos jurados da ‘Inspiration Photographers’ neste ano, pontos suficientes para estar no primeiro lugar entre os 30 indicados.
Sua história com a produção de imagens começa em 2009, mas em um mundo bem diferente dos casamentos. Nessa época, João morava no Rio de Janeiro, onde passou “um tempo produzindo e gravando [videoclipes para] bandas”, diz o fotógrafo. Os vídeos precisavam de fotos para serem compartilhadas na mídia social da época, o MySpace, e ele ficou encarregado de fazer as imagens, mesmo “sem domínio técnico”, reflete o profissional.
Em 2011, Freitas, que também é músico, volta para Minas e continua produzindo fotos para alguns artistas. Apenas quatro anos depois ele teria contato com casamentos, mas trabalhando para outro fotógrafo da cidade como assistente de luz freelancer e editor de vídeos.
Ainda em 2015, João foi chamado para realizar uma produção audiovisual em uma cerimônia menor em sua cidade natal. No ano seguinte, o fotógrafo passou a ser requisitado e decidiu criar sua empresa - focada em vídeos - ‘Fala das Imagens’ e conta que “na sequência eu mudei o foco e passei a dar mais atenção para fotografias”.
Histórias únicas
O trabalho de João Freitas passou a ser requisitado cada vez mais, tanto que em 2025 ele possui apenas oito datas abertas em sua agenda. Sua empresa realiza cerca de 30 casamentos por ano, apesar de parecer pouco, o fotógrafo explica: “Colocamos limites em nossas datas justamente para tornar cada história especial para os casais que fotografamos, porque por mais que as cerimônias sejam parecidas, as pessoas que participam tornam o momento único”.
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O fotógrafo conta que fica submerso nas histórias e, devido ao número menor de eventos realizados, ele é capaz de “captar as diferenças de cada cliente”. João oferece planos que partem de R$ 6.900 e podem chegar até R$ 20 mil caso os noivos optem por realizar ensaios fora do estúdio, além dos custos com álbum, fotos da prova do vestido, entre outros.
Com diversos eventos fotografados, João Freitas conta que o que mais surgem são momentos inusitados, como o dos clientes Isa e Marlon. O casório estava marcado inicialmente para março de 2025, mas por terem avós com mais de 90 anos, eles decidiram “antecipar o evento, o que casou com nossa agenda”.
Segundo o fotógrafo, a noiva brincava dizendo que queria ter uma foto premiada, o que aconteceu. “Consegui premiar [as imagens] do casamento e o ensaio pré-cerimônia, além das fotos de uma outra versão do evento, que fiz contando a história dos avós do casal”.
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Outro momento marcante para o profissional premiado aconteceu durante um ensaio pré-casório, realizado em em Inhotim - museu em Brumadinho (MG). O local exige uma taxa para entrar e fotografar no local, no entanto, “dentro de algumas exposições, ele não poderia utilizar câmera profissional, apenas com o celular”, explicou. No entanto, quanto tentou explicar a situação para o casal, eles não gostaram. “Depois que mostramos que faríamos a mesma entrega, mesmo com o telefone, eles concordaram e, posteriormente, a foto foi premiada com uma pontuação alta”, conta em meio a risadas.
Do clique ao prêmio
O ‘Golden Lens 2024’ é organizado pela ‘Inspiration Photographers’, cada profissional deve possuir um cadastro na instituição para poder participar da premiação, mas não é uma tarefa simples. Segundo João, ele tentou fazer sua inscrição em 2018, porém, não foi aceito, pois “o fotógrafo deve estar em atividade e com produções publicadas regularmente em seu site".
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Seu cadastro foi admitido apenas em 2019, mesmo ano em que foi premiado pela primeira vez. No ano seguinte, foi a vez da sua noiva e companheira de ‘Fala das Imagens’, Mayara de Paula, ser agraciada como “Fotógrafa de Casamento Revelação” pelo ‘Golden Lens’.
Como o profissional descreve, “o Oscar da fotografia chegou em 2024, depois de muito trabalho”. Para João, o prêmio é muito importante, já que elevaria o status de sua cidade, de Minas Gerais e até do Brasil no mundo da fotografia.
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Compartilhando conhecimento
O monlevadense também é responsável por um projeto no qual ele ensina “outros fotógrafos a serem reconhecidos e evoluírem, fazendo com que os participantes sejam requisitados pelo trabalho de fato e não somente pelo preço”. Além disso, João conta que dá dicas de como seus alunos também podem ser premiados.
Apenas este ano, quatro inscritos foram reconhecidos no ‘Golden Lens’: a ipatinguense Babi Fidelis e Claudine Reinehr, do Rio Grande do Sul, que trabalham com fotografias de famílias; Sabrina Schuck - também gaúcha -, que dividiu o pódio de melhor fotógrafo de casamento com João; e a francesa Carolina Zani, especialista em retratos.
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Zani que, inclusive, pode fazer as fotos do casamento de João Freitas. Quando perguntado sobre o profissional responsável pelas imagens da sua cerimônia, o fotógrafo ri e comenta que “essa é a pergunta que mais recebo quando vou em congressos”, no entanto, ele diz que ainda não fez sua escolha.