Jaguatirica foi encontrada em cima de uma árvore, no quintal de uma casa, em Montes Claros -  (crédito: Corpo de Bombeiros/divulgação)

Jaguatirica foi encontrada em cima de uma árvore, no quintal de uma casa, em Montes Claros

crédito: Corpo de Bombeiros/divulgação

O "convívio" com uma jaguatirica em cima de uma árvore, no quintal de casa. Essa é a situação curiosa vivenciada pela auxiliar de marcenaria Ivanei de Oliveira Fonseca, em Montes Claros, no Norte de Minas.

 

 

Na manhã desta sexta-feira (9/11), após ouvir o barulho dos pássaros, a mulher se deparou com o animal em cima de um pé de manga, no quintal da sua casa, no Bairro Morada da Serra, perto da reserva ambiental do Parque da Sapucaia.

 

O Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar (PM) de Meio Ambiente e uma veterinária do Centro de Triagem de Animais (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), estiveram no local.

 

Ao confirmar que se tratava de uma jaguatirica e avaliar o comportamento do animal, a veterinária salientou que a espécie é endêmica da região e encontrava-se em seu habitat natural - em função da proximidade da reserva ambiental, e que não é agressiva e não costuma atacar as pessoas.

 

 

A veterinária considerou que o animal estava assustado com a movimentação das pessoas e deveria descer do pé de manga e retornar para a reserva ambiental, no período noturno.

 

De acordo com os bombeiros, a profissional salientou que não seria viável a aplicação de dardo tranquilizante, devido ao porte da jaguatirica (que tem de 68 cm a 1 metro de cumprimento) e ao risco de o animal sofrer danos ao cair da árvore. Ela orientou os militares para deixarem o exemplar da espécie silvestre onde ele se encontrava.

 

A veterinária também recomendou à família a manter a casa fechada e monitorar o comportamento do bicho e, caso ele se tornasse agressivo, acionar novamente o Corpo de Bombeiros para sua possível captura.

 

Medo e receio

 

No inicio da noite desta sexta-feira, a reportagem do Estado de Minas esteve na residência no Bairro Morada da Serra, onde a jaguatirica permanecia no topo do pé de manga, a cerca de 10 metros de altura, no quintal da casa.

 

 

Ivanei de Oliveira Fonseca disse que ouviu atentamente às informações da veterinária de que a “oncinha” não é agressiva e não tem costume de atacar as pessoas. Porém, está receosa. “Medo, a gente sempre tem. (Afinal), trata-se de um animal selvagem. Então, a gente tem medo”, disse. “Gostamos muito da natureza, mas de 'onça' tenho medo sim. Fico receosa”, declarou Ivanei, acrescentando que está ficando mais dentro de casa.

 

No local, residem mais três pessoas: o marido dela, o marceneiro José Benício; uma filha do casal, de 25 anos; e um neto, de 5.

 

 

A mulher relatou para a reportagem como foi que se deparou com a presença do animal selvagem na árvore no quintal de sua casa. “Ao acordar de manhã, saí no quintal e deparei com um barulho muito forte dos pássaros, acima do normal. Achei que fosse uma cobra ou alguma outra coisa. Aí, comecei a observar o pé de manga. Foi quando avistei um bicho diferente. Pensei que fosse um gato, mas estava muito grande para ser um gato. Chamei meu marido, que chegou à conclusão que era uma onça (na verdade, uma jaguatirica)”, descreveu.

 

 

A auxiliar de marcenaria disse acreditar que a espécie silvestre se deslocou até a área residencial perto da reserva ambiental em busca de alimentos. Lembrou que um vizinho dela cria galinhas e percebeu que, recentemente, pelo menos dois frangos desapareceram do criatório – com a suspeita de que foram comidos por algum bicho.

 

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Ivanei disse que duas cadelas criadas por ela assustaram mais ainda a jaguatirica, fazendo com que o animal subisse para o topo do pé de manga.

 

Ela espera que, durante a noite desta sexta-feira, a jaguatirica desça da árvore e retorne ao seu habitat natural na reserva do Parque da Sapucaia. Porém, se isso não ocorrer, na manhã deste sábado (10/11), poderá chamar novamente o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar de Meio Ambiente para recolher a espécie no quintal de sua casa e soltá-lo em seu habitar natural.