A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) divulgou nesta segunda-feira (11/11) os resultados deste ano do Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), pesquisa que identifica as áreas com maior concentração do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Os dados colocam a capital mineira como área de baixo risco para a transmissão dos vírus, conforme critérios do Ministério da Saúde. No entanto, as regionais Leste e Pampulha exigem mais atenção, já que estiveram por pouco de serem classificadas como áreas de risco médio.
O LIRAa é realizado anualmente pela Secretaria Municipal de Saúde, com base nos dados coletados por visitas de agentes de saúde a imóveis de todas as nove regionais. A edição de 2024 do estudo encontrou larvas do mosquito em 0,6% dos imóveis visitados na cidade – índices abaixo de 1% representam baixo risco, entre 1% e 3,9% significam risco médio, e acima de 4% são considerados risco alto.
As regionais que tiveram os melhores resultados foram Centro-Sul e Noroeste, empatadas com 0,4%. Em seguida, vêm Norte e Barreiro (0,5%), Oeste (0,6%), Nordeste (0,7%) e Venda Nova (0,8%). Já as regionais Leste e Pampulha registraram maior concentração de criadouros de Aedes aegypti, com 0,9% – e por um décimo não foram classificadas como de risco médio.
Tendências
Em comparação com a edição de 2023 do estudo, Belo Horizonte registrou uma melhora significativa nos números de combate aos focos do mosquito da dengue. No ano passado, foram encontradas larvas de Aedes aegypti em 1,4% dos imóveis visitados, o que representou risco médio e antecipou um cenário alarmante, pois os números cresceram em comparação a 2022, quando a taxa do LIRAa em BH foi de 0,9%.
O aumento também foi percebido na epidemia de arboviroses que atingiu a cidade e o estado na primeira metade deste ano, o que levou o governo de Minas Gerais a decretar situação de emergência em saúde pública. Apenas este ano, entre janeiro e outubro, a capital mineira registrou 224.878 casos suspeitos e confirmados de dengue, conforme dados da PBH. No mesmo período em 2023, foram 13.608 casos, o que representa um crescimento de cerca de 1.500%.
Dados
Outra constatação importante do estudo deste ano, que reforça os índices de anos anteriores, é que a maior parte dos focos do mosquito (86,1%) está em ambientes domiciliares. Os números reforçam o apelo das autoridades de saúde para que a população adote uma rotina doméstica para combater os focos do Aedes aegypti em suas casas.
Os locais de maior proliferação de larvas são os pratinhos de plantas, onde foram encontrados 42,5% dos focos. Recipientes utilizados para armazenamento de água, como bebedouros de animais, tambores, barris, caixas d'água, baldes e vasos, também são criadouros consideráveis do mosquito, com 26% dos focos encontrados. A lista de lugares preferidos pelo Aedes aegypti segue com materiais inservíveis, como entulhos, sucata, latas e plásticos descartáveis, que acumularam 13,3% das larvas encontradas.
Prevenção
A vacina contra a dengue foi incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação em fevereiro deste ano. Mesmo assim, o Ministério da Saúde destaca que o principal método para prevenção e combate à doença, assim como às outras arboviroses, está na eliminação dos focos de proliferação do Aedes aegypti.
As recomendações feitas pelo ministério incluem o uso de telas nas janelas e repelentes, a remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos, a vedação de reservatórios e caixas d'água, e a desobstrução de calhas, lajes e ralos.