Temporal causa estragos em Belo Horizonte -  (crédito: Tulio Santos/EM/D.A Press)

Temporal provocou erosão e queda de barragem no Parque Lagoa do Nado, no Bairro Itapoã, na Região da Pampulha, em BH

crédito: Tulio Santos/EM/D.A Press

Em duas horas, a chuva na Região de Venda Nova ultrapassou 30% do esperado para todo o mês em Belo Horizonte. Segundo a Defesa Civil municipal, das 14h10 às 16h10 desta quarta-feira (13/11) foram registrados 74,4 milímetros (mm) na regional. A média climatológica para novembro é de 236mm. No início da manhã a Defesa Civil da capital emitiu um alerta para tempestades com a previsão de 40 a 60mm de chuva ao longo de todo o dia. No entanto, em duas horas, além de Venda Nova, outras duas regionais - Nordeste, 62,6mm ; Pampulha,  68,6mm - ultrapassaram a previsão do órgão. 


 

Waldir Figueiredo, subsecretário da Defesa Civil de BH, explica que eventos extremos, como o que aconteceram na capital durante a tarde, são difíceis de serem previstos devido à “variabilidade no comportamento da atmosfera”. Mesmo assim, o chefe da pasta afirma que a cidade foi “resiliente” ao temporal sem registro de vítimas e, até o momento, famílias desabrigadas ou desalojadas. 


 

“Nós não registramos eventos graves na cidade que implicam, por exemplo, na retirada de pessoas de suas moradias. As pessoas que foram afetadas podem solicitar a avaliação da Defesa Civil através do número 199 para o registro desses impactos dos danos e avaliações de risco”, disse Figueiredo. 


Rompimento de barragem 


Durante coletiva de imprensa, o secretário de Obras e Infraestrutura de Belo Horizonte, Leandro César Pereira, comparou o temporal com o de 2020, apelidado de “chuva dos mil anos”, em que a precipitação chegou a 102 milímetros em 40 minutos. O temporal de hoje provocou a queda da barragem no Parque Lagoa do Nado, no Bairro Itapoã, na Região da Pampulha


Em um vídeo divulgado nas redes sociais é possível ver que a força da água criou um buraco em uma das passagens ao lado da lagoa do parque. O rompimento criou uma queda d’água em direção a Avenida Pedro I, que fica a 336 metros de distância da estrutura. Mesmo assim, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, o fluxo de água não chegou a atingir a via. 


 

O secretário explicou que o manancial artificial funciona como uma “bacia de contenção” que contribui para que o acumulado de chuva não chegue à Avenida Doutor Álvaro Camargos. Para prevenir que eventos adversos na estrutura, a pasta mantém um plano de monitoramento e manutenção, entre eles uma drenagem controlada para que o espaço consiga receber maior volume de água. 


“O que ocorreu neste evento de hoje foi um volume muito expressivo de água. Acabou que essa água passou por cima do barramento, causando ali um assoreamento. E, infelizmente, a barragem acabou se rompendo. Mas, toda a água foi drenada pelos dutos que passam por baixo da Avenida Pedro I, dentro daquilo que a gente supunha, do que imaginávamos”, explicou Pereira. 


 

Sobrecarga da bacia de contenção 


O temporal também sobrecarregou a bacia de contenção construída na Avenida Vilarinho, em Venda Nova. Em um vídeo feito por motoristas que passaram pela avenida mostra a água no limite do “piscinão”. Os 10 mil metros cúbicos de capacidade da estrutura foram superados durante a precipitação. 


 

Mesmo assim, o responsável pela pasta de obra de BH, afirmou que a obra contribuiu para que não houvesse feridos."Se não tivesse aquela infraestrutura (bacia de contenção de águas pluviais da Av. Vilarinho), toda a água que ali está contida estaria na pista de rolamento."


 

Por volta das 15h20 o trânsito na via foi interditado devido ao alto risco de transbordamento do Córrego Vilarinho. Depois de uma hora, o local foi liberado. Outras avenidas da cidade também foram interditadas. Ainda em Venda Nova, a Avenida Álvaro Camargos foi bloqueada devido a possibilidade de transbordamento do Córrego Nado e o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender ocorrências de pessoas ilhadas em carros. 


Confira o acumulado de chuvas em novembro até as 18h desta quarta-feira (13/11), em BH:


  • Barreiro: 121 (51,3%)
  • Centro Sul: 143,4 (60,8%)
  • Leste: 163,6 (69,3%)
  • Nordeste: 156,8 (66,4%)
  • Noroeste: 106 (44,9%)
  • Norte: 132,2 (56%)
  • Oeste: 118,8 (50,3%)
  • Pampulha: 133,6 (56,6%)
  • Venda Nova: 149,8 (63,5%)


Emissão de alertas

       

Os moradores de Belo Horizonte podem receber os alertas de risco de chuvas fortes, granizo, tempestades, vendavais, alagamentos, risco de deslizamentos de terra e outros fenômenos meteorológicos pelo Canal Público do WhatsApp: https://bit.ly/DefesaCivilBH  


Pelas redes sociais os alertas podem ser acompanhados por meio do Instagram, X, Facebook e pelo canal público do Telegram no endereço: defesacivilbh.

      

No restante do estado, a população também pode acompanhar os alertas e as recomendações da Defesa Civil por SMS. Para se cadastrar, basta enviar uma mensagem de texto com o CEP da sua rua para o número 40199 e uma mensagem de confirmação será enviada na sequência. O serviço não tem custo.      


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Confira dicas de prevenção da Defesa Civil Estadual em casos de chuvas fortes:


  • Não atravesse a enxurrada
  • Mude seu trajeto para evitar locais com histórico de alagamentos
  • Em caso de raios, procure abrigo em construções e veículos e evite ficar debaixo de árvores. Se estiver ao ar livre e sem abrigo, fique agachado, com os pés juntos e a cabeça abaixada, mantendo-se o mais baixo possível.
  • Se ouvir sons de rachaduras no solo ou notar movimentos de terra, saia imediatamente da área afetada, e não retorne ao local até a devida liberação.
  • Atenção motorista! Em caso de fortes chuvas, só siga adiante se a água estiver abaixo do meio das rodas. Se a água ultrapassar o meio da porta, suba para o teto e use o cinto de segurança para se segurar. Não subestime a força da água!
  • Em caso de emergência, ligue: 190 PMMG, 193 Bombeiros, 199 Defesa Civil