Uma equipe do núcleo de emergência ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) trabalha na manhã desta quinta-feira (14/11) na área do rompimento do lago do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado para prevenir novas rupturas, carreamento de detritos para a bacia hidrográfica e apurar as causas do desastre.
O rompimento ocorreu no fim da tarde de quarta-feira (13/11), no parque situado no Bairro Itapoã, na Região da Pampulha. O lago de 22 mil m² tinha 63 milhões de litros, pouco mais de 25 piscinas olímpicas. A Avenida Dom Pedro I chegou a ficar interditada, já que a galeria de extravasão do lago passa por baixo da via. O parque está interditado.
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A equipe com analistas ambientais está inicialmente fazendo um levantamento das áreas atingidas. Também está sendo levantado se há possibilidade de mais danos ocorrerem.
Uma das possibilidades é de o remanescente do maciço - a parte que sustenta a barragem - ser carreado pela água dos córregos que correm no fundo do leito da antiga barragem.
Eles investigam também se algum dique que fica antes da área de represamento rompida também tem risco de ruptura.
“Foi notado que um pouco acima da lagoa há um acumulado de solo e água, o que é normal, e também no fundo da lagoa ocorre essa deposição natural de resíduos sólidos que são depositados ao longo do tempo com as chuvas e enxurradas. Os analistas estão verificando se esse material também tem potencial de ser carreado para as galerias e a bacia”, afirma o assessor do núcleo de emergência ambiental da Semad, José Alves Pires.
Essas informações estão sendo levantadas para um pedido de medidas mitigadoras de modo a evitar que esse material carregado possa ser levado pela água e assorear o rio.
“Um dos processos que está sendo avaliado é a montagem de uma ensacadeira. Consiste em empilhar sacos de areia para limitar o aumento da água fazendo um pequeno dique. Mas para isso é preciso avaliar a área de contato, fazer cálculos e uma série de verificações antes. Porque dependendo da área em volta, uma chuva forte pode levar a ensacadeira também”, afirma Pires.
A equipe da Semad vai também propor medidas para evitar novos carreamentos ou pelo menos mitigar danos durante as chuvas. Por ser uma ação do núcleo de emergência, o normal é uma ação mais rápida, pelo menos no que diz respeito à emergência, entre 24 horas e 72 horas.
“Mas dependendo das ações podem levar semanas ou meses. Se a prefeitura quiser novamente construir uma barragem, vai ser necessário um estudo melhor junto ao Igam, novos cálculos de drenagem”, pondera o assessor da Semad.
Segundo informações do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), entre 14h e 15h choveu na região do parque um volume aproximado de 95 milímetros (mm).
“Na região foram 70 mm em 2 horas, mas neste ponto chegou a 95 mm em 1 hora. Esse é um volume bruto de água. Bem anormal, mas a gente imagina que com a intensificação dos eventos climáticos extremos possa voltar a acontecer. Tendo isso em vista, pode ser necessário uma ampliação do sistema extravasor - a área por onde o excesso da água pode sair.