O ruído intenso das cigarras, insetos e pássaros de dentro da mata fechada do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, no Bairro Itapoã, na Região Norte de Belo Horizonte, camuflam parte dos estragos que a ruptura do dique do lago provoca com as chuvas do fim da tarde de quarta-feira (13/11). Da grade superior da unidade, a ruptura do dique é visível, com outra interdição feita por cones e há danos também nas ruas dos arredores.
O parque está amanheceu fechado nesta quinta-feira (14/11) por causa da devastação ocorrida ontem. No interior da unidade estão apenas guardas municipais e profissionais de resgate animal localizando e salvando peixes, tartarugas e cágados.
Uma equipe do núcleo de emergência ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) trabalha para prevenir novas rupturas, carreamento de detritos para a bacia hidrográfica e apurar as causas do desastre.
O barramento rompido virou um barranco de terra e rochas vermelhas sustentando uma parte da estradinha de pedras e calçamento, e da grama do que sobrou do maciço que veio abaixo e que ficou dependurada, assim como pedaços de vegetação, raízes de árvores e o cabeamento elétrico dos postes de iluminação.
Na esquina das ruas Desembargador Lincoln Prates e Gilca Cioto Silva, uma grande quantidade de lama se acumulou na curva trazida por enxurradas formadas pela chuva, que arrasou a Lagoa do Nado. Montes emaranhados de folhas, galhos de árvore, detritos e lama ficaram sobre o passeio, dependurados ou trespassados pelas cercas do parque. O estrago ocorreu em uma faixa de 30 metros.
Muitos galhos de árvores caíram sobre o cabeamento da rede elétrica e sobre as cercas do parque, mostrando a força da ventania durante a tempestade.
O quarteirão inteiro da Rua Desembargador Lincoln Prates, onde ficam os estacionamentos da parte superior do parque, teve dezenas de placas de asfalto arrancadas do pavimento pela força da enxurrada.
Segundo informações do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), entre 14h e 15h choveu no entorno do parque um volume aproximado de 95 milímetros (mm). Na região toda o volume foi menor, de cerca de 70 mm em 2 horas.
“Foi muita chuva. A gente está vendo esses volumes de chuva só aumentando cada vez mais. Por isso que está ficando perigoso. As barragens não aguentam. Para mim que frequento o parque fica a tristeza de estar fechado. Vai dar muito trabalho, tem lama demais por toda parte”, disse o empresário Adilson Medina, de 54 anos, que é morador do Bairro Itapoã.
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