O mineiro Kenny Milanez faria 42 anos no último dia 10 -  (crédito: Redes Sociais/Divulgação)

O mineiro Kenny Milanez faria 42 anos no último dia 10

crédito: Redes Sociais/Divulgação

A família do carpinteiro de Uberaba, no Triângulo Mineiro, Kenny Roberto Milanez, de 41 anos, informou que o corpo dele chegou nessa quarta-feira (13/11) em sua terra natal 11 dias após sua morte. Em 2 de novembro Kenny morreu em capotamento de uma caminhonete, na qual ele estava no banco de trás, na Rota 495, em Methuen, Massachusetts, nos Estados Unidos.

 

Além de Kenny, Celso Glayson Dias, de 37 anos, de Dom Modesto, distrito de Caratinga, também morreu devido ao impacto. Eles viajavam a trabalho.

 

O translado do corpo de Kenny, dos EUA para Uberaba, aconteceu graças a solidariedade de 909 pessoas que doaram um total de R$ 65.230,12, através de uma 'vaquinha' virtual criada pela família do mineiro. A meta era arrecadar o valor para custear o traslado do corpo, no valor de R$ 65 mil.

 

 

O velório de Kenny acontece nesta quinta-feira (14/11), até às 16h, na Funerária Uberaba. Em seguida, o corpo será levado ao Cemitério São João Batista, onde será sepultado.

 

O uberabense, que faria 42 anos no último dia 10, era casado e tinha quatro filhos, sendo que dois moravam com ele e a esposa nos EUA. Ele vivia com a família em Massachusetts há oito anos, onde trabalhava como carpinteiro.

 

Relato emocionante  

No início da vaquinha virtual, dona Ione, mãe de Kenny, gravou um vídeo com um emocionante relato: "Eu só queria ver o rosto dele uma última vez. Estou aqui, uma mãe pedindo, para poder trazer meu filho, porque é um valor que a gente não tem. Está difícil. Ele também não tinha esse valor lá. Ele era casado, tinha quatro filhos, dois moravam com ele e dois aqui em Uberaba, que iriam morar com ele nos Estados Unidos no ano que vem. Ele também tem uma neta que mora em Uberaba", disse.

 

Sobre o acidente, ela informou que soube que o filho estava indo trabalhar com os outros três brasileiros no momento do ocorrido. "Meu filho estava no banco de trás do passageiro da caminhonete. Ele e o outro brasileiro que estava ao lado do motorista morreram, pois foi desse lado que a caminhonete bateu contra a árvore", lamentou.

 

 

Os dois sobreviventes são Tiago Silvério, de Caratinga, e Bruno Viana, de Governador Valadares.

 

Uma testemunha declarou que a caminhonete, que transportava os quatro mineiros, capotou e bateu em uma árvore após ser violentamente atingida na traseira por um carro conduzido por uma americana de 26 anos. A Polícia de Methuen confirmou que ela estava sob efeito de álcool e foi presa.

 

Imprensa de Methuen divulgou o acidente

A Polícia de Methuen informou à imprensa local que a americana, que trabalhava como motorista de aplicativo, dirigia a 160 km/h quando atingiu o veículo dos brasileiros. Ela se apresentou à polícia no mesmo dia, sob efeito de álcool, alegando não se lembrar do ocorrido e declarando-se inocente. Na ocasião, estava com a carteira de habilitação suspensa.

 

Foi divulgado também pela imprensa local que, antes da batida, a mulher esteve em um bar e em uma festa de Halloween, onde ingeriu bebida alcoólica. Ela voltava da festa quando o acidente aconteceu.

 

A justiça americana estipulou uma fiança de US$ 200 mil, com a condição de que, caso pagasse o valor, usaria tornozeleira eletrônica, ficaria em prisão domiciliar e teria proibição de ingerir bebidas alcoólicas e de dirigir. No entanto, ela continua presa, pois não pagou a fiança.

 

A mulher deve ser indiciada por três crimes: duplo homicídio por irresponsabilidade, abandono de cena do acidente e dirigir com a carteira suspensa.

 

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Nota do Ministério das Relações Exteriores

Sobre o caso, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Boston, divulgou a seguinte nota:

 

"Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017".