demolição do anexo do sulacap teve início em maio e acabou ontem. foram retiradas 2,8 mil toneladas de resíduos e 430 caçambas de entulho -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press. Brasil)

demolição do anexo do sulacap teve início em maio e acabou ontem. foram retiradas 2,8 mil toneladas de resíduos e 430 caçambas de entulho

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press. Brasil

Quem passar a pé pela Avenida Afonso Pena, próximo ao número 961, no Centro de Belo Horizonte, na semana que vem, já poderá notar uma mudança significativa na fachada do Conjunto Sulacap-Sulamérica. Com o fim da demolição do anexo, construído na década de 1970, que ficava entre as duas torres, terá início a revitalização da Praça da Independência, localizada no vão entre os prédios. A previsão é que, em janeiro de 2025, as obras estejam completas e o espaço, parte do programa de requalificação do hipercentro da capital, se encontre disponível para o público.

 


A retirada de parte dos tapumes, prevista para acontecer na segunda-feira (18/11), possibilitará que os pedestres avistem o Viaduto Santa Tereza por entre os prédios. A demolição do anexo, conhecido como “puxadinho”, começou em 29 de maio deste ano. Ontem (14/11), a empresa contratada para fazer a demolição finalizava os trabalhos e a limpeza da área para que a modernização da praça possa começar, na semana que vem, com o assentamento das pedras portuguesas. As antigas já estão sendo retiradas.

 


Em seguida, o passeio será nivelado e o piso refeito, com novas pedras, para que a calçada da avenida seja liberada aos pedestres. Além disso, dois canteiros verdes serão feitos em frente a cada um dos edifícios, com um banco instalado em toda a extensão de cada um deles. O material para a revitalização da praça, como as pedras portuguesas e o gramado dos canteiros, já está disponível ou programado para ser entregue.

 

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Ao todo, foram retirados do local cerca de 2,8 mil toneladas de resíduos da demolição e aproximadamente 430 caçambas de entulho. O manuseio do projeto que envolve a praça também está a cargo da empresa responsável pela demolição. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) é responsável por atender as demandas executivas e acompanhar a empresa envolvida com os serviços. O custo da revitalização já está incluso no valor total da obra, que, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), é de R$ 3,42 milhões.


O superintendente da Sudecap, Henrique Castilho, explicou que o Executivo municipal está fazendo intervenções também na parte debaixo do Viaduto Santa Tereza. A iniciativa integra o projeto Centro de Todo Mundo, lançado pela prefeitura da capital, em março de 2023. O objetivo do programa é aumentar as oportunidades de mobilidade, lazer, cultura, desenvolvimento e segurança da região central da capital.

 

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“Estamos revitalizando os banheiros que estavam completamente deteriorados. Os banheiros masculino e feminino serão totalmente recuperados. Também vai ter um espaço cultural, que será administrado pela Secretaria Municipal de Cultura”, afirmou o superintendente. A previsão de conclusão é março de 2025, com valor estimado em R$ 800 mil, segundo ele.


Intervenções

As torres do Sulacap e do Sulamérica, cada uma com 15 andares, foram erguidas em substituição ao Edifício Sudameris, que abrigava a sede dos Correios, transferida para o prédio ao lado da PBH. O projeto é de autoria do arquiteto italiano Roberto Capello.


Os edifícios – localizados no quarteirão formado pela Avenida Afonso Pena, Rua da Bahia e Rua dos Tamóios – abrigavam a Praça da Independência no vão entre os prédios, que dava visão ao Viaduto Santa Tereza. Com a construção do anexo, em 1970, com autorização da Câmara Municipal de BH, a fachada das duas edificações e a praça ficaram completamente desfiguradas.


A iniciativa da prefeitura para recuperar o formato original do conjunto teve boa receptividade no Instituto dos Arquitetos do Brasil – Seção Minas Gerais (IAB-MG). Na época da divulgação da ideia, a entidade se mostrou disposta a colaborar nessa e em outras intervenções na capital, conforme afirmou a diretora de Cidades do IAB, Ana Maria Schmidt.

 

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Experiente em planos urbanos, um deles participando como coordenadora, a arquiteta e urbanista explicou que quando o anexo foi construído houve protestos, mas a obra prosseguiu. “A intervenção causou indignação, pois configurava descaracterização do cerne de um projeto que ‘conversava’ com a cidade, gerando espaços de convívio e mirante.”

 

“A construção do anexo causou indignação, pois configurava descaracterização do cerne de um projeto que ‘conversava’ com a cidade, gerando espaços de convívio e mirante”

Ana Maria Schmidt
Diretora de Cidades do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Seção Minas Gerais (IAB-MG)