Carolina estava sozinha em seu apartamento, na Região Centro-Sul de BH, com o então namorado quando teria sido jogada pela janela do oitavo andar -  (crédito: Redes Sociais / Reprodução)

Carolina estava com o namorado em seu apartamento, na Região Centro-Sul de BH, quando teria sido jogada pela janela do oitavo andar

crédito: Redes Sociais / Reprodução

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) aceitou denúncia contra o advogado Raul Rodrigues Costa Lages pelo homicídio qualificado da também advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, em junho de 2022. Na época, a mulher, aos 40 anos, caiu do oitavo andar do prédio em que morava no Bairro São Bento, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O suspeito, namorado da vítima, virou réu pelo crime em 25 de setembro.


 

Carol, como era conhecida, estava com Raul na noite do crime. Seus dois filhos, de um outro relacionamento, não estavam no local. Na época, a morte da mulher foi registrada como suicídio, mas conforme inquérito concluído pela Polícia Civil de Minas Gerais há provas que apontam que se tratou de um feminicídio


 

Conforme denúncia enviada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) à Justiça, Raul, que responde ao processo em liberdade, “agindo com dolo de matar”, agrediu a companheira durante uma discussão. O então casal, ainda segundo os autos, mantinha um relacionamento “conturbado”, sendo que o suspeito já teria agredido a mulher de maneira física e verbal. 


 

As investigações mostraram que, na noite do crime, o denunciado lançou Carol ao chão, situação que a deixou desacordada e a “impossibilitou de qualquer meio de defesa”. Ao perceber que a mulher havia desmaiado, o suspeito teria limpado cômodos da casa e colocado roupas de cama na máquina de lavar.

 

Além disso, conforme o documento do MPMG, Raul teria cortado a tela de proteção da janela da varanda da sala e lançado Carolina do oitavo andar, causando sua morte. Um dos vizinhos da mulher ouviu, por volta das 23h, um estrondo e ao olhar para baixo viu o corpo da vítima na área de lazer do condomínio. 


 

Denúncia 


Para o promotor de Justiça Fabiano Mendes Cardoso, o crime foi cometido por motivo torpe, tendo em vista o sentido de posse do denunciado em relação à Carol. Em sua tese, Cardoso argumenta que foram apresentadas provas do “inconformismo” de Raul com a possibilidade de fim do relacionamento com a vítima. 


 

“O crime foi cometido contra a mulher, por razões da condição de sexo feminino, em cenário de violência doméstica e familiar, permeada por violência física e psicológica à vítima, as quais foram materializadas pela ação delitiva levada a cabo pelo denunciado”, aponta o documento. 


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A reportagem tentou contato com a defesa de Raul Rodrigues Costa Lages para se posicionar sobre a denúncia, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.