O delegado Felipe Freitas anuncia continuidade de operação para 'limpar' as ruas -  (crédito: Ivan Drummond/E. M./D. A. Press)

O delegado Felipe Freitas anuncia continuidade de operação para 'limpar' as ruas

crédito: Ivan Drummond/E. M./D. A. Press

Doze criminosos, de alta periculosidade e responsáveis por parte do tráfico de drogas nas regiões Metropolitana de Belo Horizonte e Centro-Oeste de Minas Gerais foram presos. Um deles é condenado a 100 anos de prisão, e todos fazem parte de um grupo apelidado de "Turma do Urso".


Trata-se da “Operação Cerco Fechado”, realizada pelo Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (DEPATRI), chefiada pelo delegado Felipe Freitas.

 

 

“Desviamos a função do nosso Departamento de Roubo a Banco, uma prática que caiu muito nos últimos tempos. Elaboramos uma operação, em que nossos policiais levantaram criminosos já condenados, todos ligados a tráfico de drogas, latrocínio, homicídio, roubos e furtos, e fomos atrás desses bandidos”, diz o delegado Freitas.


O trabalho contou com a participação do setor de Inteligência da Polícia Civil, que fez os primeiros levantamentos. Além disso, a polícia mineira contou com a colaboração das de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, onde acontecem parte das prisões, diz o policial.


 

“Nossa perspectiva é que essas prisões reduzam a criminalidade, principalmente em Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Divinópolis e adjacências. A droga é o estimulante de outros tipos de crimes. Todos os presos eram chefes do tráfico de drogas. Esses criminosos dominavam locais estratégicos para a entrada e distribuição das drogas em nosso estado”, afirma ele.


100 anos


Um dos criminosos mais perigosos é conhecido por Bolinha, de 36 anos, que comandava grande parte do tráfico de drogas em Ribeirão das Neves. Ele foi preso em Juatuba, onde estava escondido. Bolinha é condenado a mais de 100 anos de cadeia.


 

Também foi preso o sócio de Bolinha nos negócios. Trata-se de H. H. S. O., de 28 anos. Os dois atuavam em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Eles foram presos em Juatuba, onde viviam com documentos falsos.



No Paraná


A última prisão ocorreu na última semana. Trata-se de G. L. S., de 37 anos, que atende por três alcunhas, segundo o delegado Freitas. “Para uns, ele é 'O senhor das armas'. Para outros, 'Veinho'. E tem também o apelido de 'Tâmo'", segundo o delegado.


 

Tâmo foi preso em Foz do Iguaçu. “Ele vivia, com documentos falsos, na região de três fronteiras: Brasil, Argentina e Paraguai. Assim, uma fuga seria mais fácil, pois podia se deslocar pelas fronteiras. Só que nós o pegamos na rua”, conta o delegado Freitas. O homem dos três apelidos está envolvido no tráfico de drogas e contrabando de armas.


Apesar da distância, Tâmo continuava enviando drogas e armas para Belo Horizonte e Região Metropoliana, principalmente para a sua área de liderança, em Venda Nova.



Turma do Urso


R. A. S. M., de 38 anos, conhecido como Urso, também agia em Ribeirão. Por causa do apelido, sua gangue foi batizada de “Turma do Urso”.


Urso, além de comandar o tráfico de drogas, era também torturador. Segundo o delegado Freitas, qualquer usuário ou vendedor de drogas que estivesse devendo, era torturado. Ele foi preso em Sardoá, próximo a Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.


 

A. S. A., de 31 anos, conhecido por Dêda, comandava o tráfico de drogas no Barreiro. Ele era também o chefe do tráfico em Amparo da Serra, na Zona da Mata. Foi descoberto e preso em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.


Marreco, Jogador ou Bekah são outros detidos. Bekah é o apelido de M. E. O., de 32 anos, preso em Caetanópolis. Ele era o chefe do tráfico de drogas, na região do Bairro Lagoa, em Belo Horizonte.


W. A. F. S., de 36 anos, conhecido por Pote, foi preso em Divinópolis, onde residia e também atuava. Pote era ligado ao roubo de veículos e também esquentava carros roubados. Ele é condenado por tráfico de drogas, roubo e receptação de veículos.


W. F. G. S., de 33 anos, conhecido por Molinha, que era gerente de uma “boca de fumo” em Ribeirão das Neves, foi preso em Belo Horizonte.


Corujinha é o apelido de L. F. R., de 34 anos, chefe da boca em Pitangui. Ele foi preso em sua cidade e é condenado por tráfico de drogas, homicídio, furto e roubo, todos os crimes cometidos em Pitangui.


Conhecido por Marcão, M. J. N., de 22 anos, foi preso em Araújos, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Ele comandava no tráfico na cidade de Perdigão, no Alto São Francisco.


Comando Vermelho


Merrão é como J. M. S., de 29 anos, um dos comandantes do tráfico de drogas no Morro do Papagaio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, era ligado ao Comando Vermelho. Ele foi preso na última semana, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Merão era também o responsável pelo envio e distribuição de drogas, da facção, no estado do Pará.


Também fora do estado, em São Paulo, aconteceu a prisão de R. E. P. Q., de 34 anos, conhecido por “Titanic”. O homem era um dos principais traficantes de Divinópolis e Pará de Minas. Está condenado por tráfico de drogas, homicídio e latrocínio.


Contratempos


Para efetuar as prisões, os policiais correram risco de vida, segundo o delegado Freitas. “Nossos homens enfrentaram algumas resistências à prisão. Um dos criminosos, por exemplo, jogou o carro contra eles, contra a equipe.”

 

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Armas e documentos falsos foram apreendidos com todos os capturados. “Como as prisões ocorreram em ruas das cidades, não tivemos apreensão de drogas. Mas tem um veículo apreendido”, diz ele.


O delegado explica que uma nova lista está sendo preparada por seus comandados. “Tiramos 12 criminosos de alta periculosidade, das ruas. Mas sabemos que existem muitos mais soltos, vivendo na clandestinidade. Já estamos trabalhando numa nova lista e vamos acionar o nosso departamento de Inteligência, para poder prendê-los."